Em ato de protesto, contra todos os argumentos fajutos de figurões que dizem estar fazendo algo pela preservação das nascentes, rios e toda a bacia hidrográfica do Zabumbão, clamando por ações dos órgãos fiscalizadores e medidas urgentes contra as queimadas indiscriminadas, destruição das matas ciliares, garimpos clandestinos, poluição, lançamento de esgoto in natura no leito do rio, abandono do lago que agoniza, reproduzimos hoje, neste espaço, matéria alusiva aos grandes danos ambientais e preocupação com o futuro do Zabumbão, publicada há quase dois anos atrás, em 13 de janeiro de 2013. Chamando a atenção do leitor, para o fato de que, conforme se observa no texto de alerta, redigido em janeiro de 2013, nada mudou para melhor, apenas piora a situação que se agrava ao ponto de preocupar não somente os municípios abastecidos, como toda uma macro região.
Onde será que estão os defensores da barragem? Aqueles que foram às ruas, com seus discursos preparados para atacar pessoas que nada tinham a ver com toda essa problemática. Qual seria o motivo do silêncio num momento em que se cogita inclusive o fechamento das comportas por necessidade, para que não haja racionamento? Teriam estes defensores da barragem interesse nas águas para consumo humano ou para engordar seus bois? Vejam a Matéria: ( http://www.oecojornal.com.br/noticia.php?id=1247): Quando há alguns anos, o jornal O Eco alertava em matéria de capa sobre a real possibilidade de a barragem do Zabumbão vir a sofrer um colapso e até secar, caso não fossem tomadas medidas necessárias e inteligentes sobre o uso correto da água, fomos taxados de loucos e até de agitadores. Existiu até um vereador ligado a agricultura, que juntamente a órgãos, comentaram a matéria de forma pejorativa, afirmando que aquilo nunca poderia ocorrer e que o Jornal estaria colocando o terror na população regional.
Pois bem, infelizmente, nós nunca torcemos por tamanha gravidade na situação do reservatório, mas, é exatamente o que ocorre neste momento. A situação é crítica e preocupante. Estamos rogando ao criador, que as chuvas caiam em abundância, pois só assim pode-se evitar uma grande calamidade em Paramirim e demais cidades atendidas pelas águas da Barragem do Zabumbão.
As fotos registradas neste sábado (13) dão conta da gravidade do problema, estima-se que a barragem que suporta até 104 milhões de metros cúbicos d´água, esteja no seu nível mais baixo desde o término da sua construção, com cerca de 20% de armazenamento. Uma lástima, um cenário desolador registrado pelas lentes do Jornal O Eco. Apesar das medidas de urgência já tomadas pelo gestor de Paramirim, o caso exige a atenção dos responsáveis ou irresponsáveis da CODEVASF, que consciente de que este seria um ano ruim de chuva, não se sabe para que ou porque, autorizou no ano passado, a descarga constante de mais de 15 dias e 15 noites, com as comportas abertas, o que levou embora grande parte da água ali represada.
Ironicamente, proprietários de latifúndios às margens do rio Paramirim, buscam na cara de pau, se organizarem em associação de irrigantes, (Ora! Façam o favor de por a mão na consciência senhores hipócritas!) Todos sabem que esta água, além de ser destinada ao consumo humano, nunca deveria ser utilizada para esse fim. Métodos arcaicos como a irrigação por inundação (um crime nos dias atuais). Tudo isso para que? Criar capim e engordar seus nelores, cuja carne dificilmente a região consome.
Medidas para uma regulação no uso das águas são urgentes e a população deve se mobilizar, pois correm o risco de ter racionamento e até o corte total no fornecimento. Especialistas afirmam, que nesta situação, o maior temor dos próximos dias é a mortandade de peixes, se isso ocorrer, todo o restante existente no lago da barragem torna-se impróprio para o consumo humano.
Também as cidades que hoje são abastecidas pelo Zabumbão, devem passar por uma reformulação e fiscalização, prevenindo o uso abusivo. É comum observar-se redes de abastecimento espalhadas por todas as áreas rurais. Calcula-se que tais redes já se estendam por cerca de 80km distante da barragem. Vale aqui registrar, que todos os problemas da Barragem do Zabumbão, iniciaram com o uso indiscriminado e principalmente eleitoreiro de Governadores, deputados, que para angariarem votos, fizeram projetos relâmpagos, sem projetar o futuro. Isso pode secar o Zabumbão em muito pouco tempo.
Faz-se urgente uma ampla discussão, mediada por pessoas realmente comprometidas com a causa, que envolva a sociedade, os organismos fiscalizadores, gestores públicos, ambientalistas e todos que necessitam desta água e não querem ver o Zabumbão secar, deve acontecer o mais breve possível, tendo em mãos ideias, sem politicagem, sem hipocrisia, com projetos eficazes e viáveis, para juntos salvarmos esse que é um dos mais importantes reservatórios do Vale do Paramirim e que se bem protegido, poderá continuar abastecendo milhares de famílias que dependem única e exclusivamente desta água.
Samuel Rodrigues – Jornalista DRTB N.º 0005232