Uma arma típica da ditadura, dos coronéis, pistoleiros que a mando de poderosos, ameaçam sem temor a imprensa no sertão. Agem de todas as formas possíveis, desde ligações e e-mails intimidações diversas em mensagens nas redes sociais, bilhetinhos e até ações na justiça, para calar aqueles que com a verdade incomodam políticos.

A violência verbal ou física, cometida contra jornalistas por causa de sua atividade não é somente um atentado contra os direitos humanos de um cidadão, mas representa um preocupante ataque aos princípios democráticos do Estado de Direito que, entre outras consequências, traz sérios prejuízos à liberdade de expressão e ao direito dos cidadãos ao acesso à informação. A avaliação é do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

“Essa violência ocorre, em geral, porque há segmentos que entendem que o exercício do jornalismo atrapalha seus interesses e impedem que eles se realizem. O problema é que se isso não for combatido com efetividade, a situação deixa de ser um crime espontâneo e passa a representar uma ação organizada de enfrentamento ao Estado democrático de direito”, disse. Isso é inibir à força da liberdade de expressão que, nos dias atuais, na política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente as democracias têm muitas vozes exprimindo ideias e opiniões diferentes e até contrárias.

Pelo que se apurou nos últimos dias, isso pode estar ocorrendo na nossa região, direcionada ao jornal O Eco (veículo de maior penetração nas cidades da região), sediado no município de Paramirim. As ameaças se intensificaram, sendo direcionadas de forma anônima a integrantes da equipe do Jornal O Eco, incluindo o jornalista Samuel Rodrigues de Lima, que deve prestar queixa junto a Polícia Civil e demais órgãos competentes.

Segundo o jornalista, que atua há mais de 20 anos nessa profissão, contatos telefônicos de números não identificados e e-mails encaminhados ao site, diversas mensagens através das redes sociais estão sendo utilizados como forma de intimidar a atuação deste veículo de comunicação. O conteúdo das ameaças é diverso, indo desde um provável incêndio criminoso que provocariam destruição de patrimônio, até o atentado contra sua vida.  O jornalista declarou que ao denunciar, espera uma apuração rápida e a identificação dos responsáveis, bem como dos possíveis mandantes, para que sejam conhecidos por todos e punidos com os rigores da Lei, servindo ainda de exemplo para a região e para a Bahia.

Com a mesma serenidade e coragem de sempre, o jornalista enfatizou que o Grupo O Eco de Comunicação não se intimidará com tais ameaças. “Muitas outras já ocorreram ao longo da nossa história, algumas foram descobertas e as providências foram tomadas. Não vejo motivo para que nos intimidamos com tais ações covardes. Com as novas tecnologias, sinto que estamos perto de desvendar a identidade de tais elementos que se escondem no anonimato. Nossa rotina permanece a mesma. Iremos manter a postura que acreditamos ser correta, noticiando a verdade dos fatos, doa a quem doer, sempre se postando do lado do povo. Estamos reunindo material para a formulação da denúncia. Esperamos uma ação rápida e eficaz dos órgãos competentes para a investigação, afinal essas ameaças colocam em xeque a liberdade da imprensa na região.