Após serem ventilados comentários nas redes sociais, dando conta de possíveis pagamentos irregulares dos recursos do Bolsa Família, em benefício de diversos servidores municipais e estaduais, empresários, produtores rurais, profissionais liberais, que segundo as denúncias,  constam na lista de beneficiários do Bolsa Família do ano de 2015, o jornal O Eco, buscando cumprir com a sua responsabilidade social, mobilizou sua equipe para elucidar o fato.

É importante ressaltar inicialmente, que apesar de se tratar de um ato de cidadania e defesa da população, denunciar irregularidades em quaisquer setores públicos onde houver indícios de corrupção ou má gestão, a iniciativa, ao que parece, não teve intenção de contribuir com a transparência. Uma vez que, da forma como se postou a notícia, expondo nomes de diversas pessoas, deixou evidente a intenção de provocar certo tumulto e assim, tentar atingir também lideranças regionais, ao utilizar politicamente uma importante questão de interesse público, quando deveria ser formulado um pedido de esclarecimento e posterior denuncia formal aos órgãos competentes, pedido de providências às autoridades e punição dos responsáveis, ao invés de fazê-lo de forma a manchar o nome de pessoas e cidades, tentando confundir a população sobre a verdadeira responsabilidade de tais práticas.

O jornal O Eco, de imediato buscou investigar estas situações em municípios citados, bem como averiguar o que existia de concreto em todo o alarde desencadeado, solicitando informações, ouvindo Secretários Municipais, ex-secretários, também profissionais responsáveis pela gestão do programa Federal em parceria com os municípios. Solicitamos relatórios, ouvimos pessoas cujos nomes constam como beneficiários, sendo que os mesmos afirmam não terem conhecimento, muito menos terem efetuado saques de benefícios, e por fim, colhemos a versão do prefeito de Paramirim, que por estar em viagem, apenas ontem (26/05) pôde expor a sua posição quanto ao caso em questão.

Ao longo dessa semana, diversos municípios do Vale foram citados nas redes sociais, à exemplo de Érico Cardoso, Livramento, Tanque Novo, Caturama, Paramirim, dentre outros. Sendo indicadas supostas irregularidades na concessão de benefícios do programa Bolsa Família.

No caso específico de Paramirim, constatamos que os relatórios de fato apresentam nomes que não deveriam estar inclusos no programa social, que tem como objetivo atender famílias carentes enquadradas nos requisitos pré-determinados. A reportagem então ouviu a atual gestora municipal do Bolsa Família, Najara Suênnia, que de pronto, esclareceu as indagações, resumindo que ao se examinar a relação, foram constatadas a presença de nomes de pessoas que não teriam perfil para serem contempladas. Najara informou que alguns fatores podem ter contribuído para tal situação, dentre os quais, a falta de uma revisão periódica, não somente do município, como do próprio governo federal, no intuito de atualização de dados; possíveis falhas do passado, quando beneficiários inscritos solicitaram a exclusão e tais pedidos não foram processados, existindo inclusive, segundo a atual gestora, nomes que constam na relação, porém na prática, não recebem ou nunca chegaram a sacar o benefício.

O prefeito Dr. Júlio Bernardo, informou ao Jornal O Eco, que não tinha conhecimento de tais fatos e possíveis falhas existentes no programa. Declarou que, há alguns meses, preocupado com o bom funcionamento e maior eficácia do programa no município de Paramirim, contratou mais uma profissional Assistente Social, Karine Mendonça, que atua diretamente na verificação e acompanhamento diário, realizando visitas domiciliares às famílias contempladas, para que se constatem de fato as informações prestadas pelos usuários.

O prefeito esclareceu ainda, que convocou e ouviu esclarecimentos técnicos, sobre as possíveis causas, determinando de imediato que fosse realizada uma auditoria interna, para apurar com fidelidade a temática, orientando inclusive a atual gestora a bloquear quem quer que seja, que porventura conste como beneficiário sem que preencha os requisitos.

Salienta-se que o MDS- Ministério do Desenvolvimento Social possui apenas um único cadastro para todos os benefícios o CAD ÚNICO, com isso, é corriqueiro a inclusão de pessoas no programa Bolsa Família, quando na verdade, a inscrição no CAD ÚNICO teria outra finalidade, uma falha que deve ser corrigida, cabendo ao cidadão e até mesmo aos gestores do programa nos municípios, identificar e, ao bloquear, informar o Governo Federal sobre o equívoco.

Samuel Rodrigues de Lima – Jornalista MTE/DRT-BA 5232