A presidente Dilma Rousseff quebrou o seu próprio recorde de reprovação e chega ao final do primeiro semestre de seu segundo mandato com a reprovação de 65% dos brasileiros, segundo pesquisa do instituto Datafolha. Essa é a proporção de eleitores que considera o governo da presidente como "ruim" ou "péssimo". A pesquisa foi divulgada pelo site do jornal Folha de S. Paulo.
Essa taxa de reprovação só não é mais alta do que os 68% atingidos pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello poucos dias antes do impeachment. Mas, quando se leva em conta a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, trata-se de um empate técnico.
A reprovação de Dilma chega a um patamar histórico no momento em que o Planalto enfrenta uma série de eventos negativos, como a continuação da Operação Lava Jato, que já prendeu o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e o risco da rejeição das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União.
Além disso, apenas 10% dos eleitores pensam que o governo da petista é "bom" ou "ótimo". Na véspera de ser afastado da Presidência, em 1992, Collor tinha 9% de aprovação, segundo o Datafolha.
A avaliação ruim da presidente se mantém em todos os diferentes níveis de renda. Entre aqueles que têm renda salarial de até dois salários mínimos, 62% a reprovam. Já entre os que recebem mais de 10 salários mínimos, essa taxa sobe para 66%. Essa mesma tendência foi percebida nos recortes por idade e escolaridade.
O levantamento do Datafolha foi feito com 2.840 pessoas em 174 municípios do país, nos dias 17 e 18 de junho – antes das prisões dos executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez na décima quarta fase da Operação Lava Jato.