De acordo com o Jornal Nacional, da TV Globo, a delação de Cláudio Melo Filho faz menções a Renan Calheiros (AL) – a quem o executivo teria dado R$ 500 mil – e a outros diversos nomes, entre eles Geddel Vieira Lima (BA), Eduardo Cunha (RJ), Lúcio Vieira Lima (BA) e Katia Abreu (GO), todos do PMDB; Jaques Wagner (BA), Marco Maia (RS) e Antonio Palocci (SP), do PT; Gim Argello (PTB-SP); e Agripino Maia (DEM-RN).
 
Temer pediu R$ 10 milhões à Odebrecht, diz executivo
 
O presidente Michel Temer (PMDB) pediu R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht em 2014, segundo o site BuzzFeed e a Revista Veja. A informação estaria na delação do executivo Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, um dos 77 delatores da empreiteira na Operação Lava Jato.
 
O jornal "O Estado de S. Paulo" confirmou que Temer teve dois encontros com Odebrecht. Uma das reuniões foi um jantar entre o então vice-presidente, Marcelo Odebrecht e o hoje ministro chefe da Casa Civil Eliseu Padilha no Palácio do Jaburu. Em outro encontro, em São Paulo, Temer estaria acompanhado de seu colega de partido Henrique Alves. Ambos, segundo a delação, pediram dinheiro a executivos da empreiteira, em troca de uma obra.
 
 
A revista informou nesta sexta-feira, 9, que teve acesso à íntegra dos anexos da delação de Melo Filho, que trabalhou por doze anos como diretor de Relações Institucionais da Odebrecht.
 
Em 82 páginas, o executivo contou como a maior empreiteira do País comprou, com propinas milionárias, integrantes da cúpula dos poderes Executivo e Legislativo.
 
Segundo o delator, os R$ 10 milhões foram pagos em dinheiro vivo ao braço direito do presidente, o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O dinheiro também teria sido repassado ao assessor especial do peemedebista, José Yunes, seu amigo há 50 anos.
 
 
Segundo a revista, deputados, senadores, ministros, ex-ministros e assessores da ex-presidente Dilma Rousseff também receberam propina. A distribuição de dinheiro ilícito teria alcançado integrantes de quase todos os partidos.
 
O delator apresentou e-mail, planilhas e extratos telefônicos para provar suas afirmações. Uma das mensagens mostra Marcelo Odebrecht, o dono da empresa, combinando o pagamentos a políticos importantes, identificados por valores e apelidos como "Justiça", "Boca Mole", "Caju", "Índio", "Caranguejo" e "Botafogo".
 
De acordo com o Jornal Nacional, da TV Globo, a delação de Cláudio Melo Filho faz menções a Renan Calheiros (AL) – a quem o executivo teria dado R$ 500 mil – e a outros diversos nomes, entre eles Geddel Vieira Lima (BA), Eduardo Cunha (RJ), Lúcio Vieira Lima (BA) e Katia Abreu (GO), todos do PMDB; Jaques Wagner (BA), Marco Maia (RS) e Antonio Palocci (SP), do PT; Gim Argello (PTB-SP); e Agripino Maia (DEM-RN).
 
DELATOR DA ODEBRECHT diz que Wagner recebeu R$7.5 milhões e relógio
 
 
Na pré-delação em que detalhou ao Ministério Público Federal repasses para a cúpula do PMDB na Câmara e no Senado, um deles a pedido de Michel Temer, o ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho também citou outros partidos.
 
Cláudio relata que sempre foi o maior defensor na empreiteira do ex-governador da Bahia e ministro do governo Dilma Rousseff Jaques Wagner, do PT. Mas a imagem de Jaques dentro da companhia despertava, inicialmente, certa desconfiança.
 
“Durante almoço marcado por mim num restaurante […] em Brasília, Jaques Wagner solicitou apoio financeiro e Marcelo (Odebrecht) concordou, embora tenha demonstrado incômodo por não acreditar no sucesso de sua candidatura. Acredito que tenham ocorrido pagamentos de até R$ 3 milhões de forma oficial e via caixa 2”, disse.
 
Cláudio Melo Filho afirmou que quando Wagner assumiu o governo, encaminhou a ele os assuntos de interesse da empreiteira no polo petroquímico de Camaçari, que Jaques Wagner ajudou a destravar. Ainda segundo Cláudio, o esquema se repetiu na campanha seguinte.
 
“A atenção demonstrada por Wagner aos temas que eram de interesse da Odebrecht reforçou a sua imagem no grupo e qualificou-o como beneficiário de melhores recebimentos financeiros. 
 
O próprio Jaques Wagner fez questão de encaminhar esse pedido de apoio financeiro mais qualificado, apoiando-se na cuidadosa atenção que demonstrou aos nossos pleitos ao longo do seu primeiro mandato como governador da Bahia”, afirmou.
 
Pelas contas de Cláudio, Jaques Wagner levou R$ 7,5 milhões em dez parcelas, pagas entre agosto de 2010 e março de 2011. O delator afirma ainda que o atual governador da Bahia Rui Costa, que deverá ser indiciado, foi favorecido com cerca de dez milhões em 2014
 
 
O esquema voltaria a se repetir em 2014, dessa vez na campanha de Rui Costa para o governo da Bahia, apoiado por Wagner. Cláudio disse que não participou desses pagamentos, mas acredita que foram repassados R$ 10 milhões.
 
A empreiteira também deu presentes caros nos aniversários de Jaques Wagner. Segundo Cláudio Melo, em 2012, por exemplo, Wagner ganhou um relógio no valor de US$ 20 mil. No acordo de delação, há fotos desses presentes.
A produção do Jornal Hoje procurou a assessoria do ex-ministro, mas não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem.