A barbaridade promovida pelo governo em retaliação as Universidades Federais, podem, pela primeira vez na história, promover o fechamento de diversas unidades. A perseguição chegou também a UFOB, instalada na cidade de Barreiras. O Ministério da Educação (MEC) contingenciou 33,2% do orçamento da Universidade Federal do Oeste da Bahia(UFOB), equivalente a 11,8 milhões, atingido os recursos orçamentários para custeio e investimento.
Com o bloqueio, as ações mais afetadas foram a capacitação de servidores; fomento às atividades de graduação, pós-graduação, ensino, pesquisa e extensão; e recursos de investimento utilizados para aquisição de livros, equipamentos e realização de obras. Além disso, as despesas básicas também serão afetadas.
Por meio de nota, a instituição informou que o bloqueio vai inviabilizar o funcionamento da universidade a partir da metade do segundo semestre deste ano. “Os recursos contingenciados são utilizados para pagamento de água, luz, contratos de empresas terceirizadas, responsáveis por limpeza, vigilância, manutenção, dentre outras despesas de serviços essenciais ao funcionamento do dia a dia da Instituição”, diz o texto.
Além da UFOB, o Ministério da Educação (MEC) bloqueou cerca de R$ 28 milhões do orçamento de mais três instituições federais de ensino superior do estado. A Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) sofreu contingenciamento de 32% – equivalente a 16,3 milhões e a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), de 38% – em torno de R$ 12 milhões.
Com a sede e reitoria na cidade de Barreiras, a UFOB foi fundada em 2014, com centros multidisciplinares em Luiz Eduardo Magalhães, Bom Jesus da Lapa, Barra e Santa Maria da Vitória. Por ser uma instituição nova, na maioria dos município implantados, ainda não tem sede própria. O corte deixa em alerta toda comunidade acadêmica da instituição no oeste da Bahia.
Segundo o diretor do Centro Multidisciplinar da UFOB de Bom Jesus da Lapa, Antônio Oliveira de Souza, o corte atingirá todos os Centros, e que por sorte, foi conseguido no ano passado quase 2 milhões com o MEC para a ampliação do Campus do município. “É preocupante, presenciar tamanha maldade com o ensino superior, principalmente no interior. Uma conquista que pode ser perdida em breve”. Finalizou o diretor.
O diretor lamenta, que o problema maior com os cortes vai ser com o custeio, porque a instituição não pode funcionar sem pagar água, luz, internet, entres outros. E que a preocupação é ter que interromper ou parar as atividades.
Os centros multidisciplinares em Luiz Eduardo Magalhães, Bom Jesus da Lapa, Barra e Santa Maria da Vitória, Por serem parte de uma instituição nova, ainda não consolidou os Campi fora de sede, uma vez que, em média leva 10 anos para se consolidar um Campus, para que o mesmo funcione em sua plenitude.
O Campus de Bom Jesus da Lapa por exemplo, ainda não tem uma sede definitiva e falta adquirir muitos equipamentos de laboratórios e livros didáticos para a parte específica das engenharias. E com o corte, passa a ser ameaçada drasticamente com possibilidade de fechar as portas, uma vez que a UFOB não consegue adquirir recursos próprios (receitas próprias). E até o dinheiro que a UFOB arrecada na realização de concursos públicos, esses recursos vão para o governo e não entram no orçamento da instituição.