Bancada da situação busca convencer Presidente da Casa a repassar recursos não utilizados, para auxílio a famílias carentes do município.

Um fenômeno idêntico ao que ocorre em Rio de Contas, ganha as redes sociais do município de Dom Basílio, mobilizando vereadores e boa parte da população, que deseja ver os recursos financeiros repassados e não utilizados pela Câmara Municipal, investidos em programas de auxílio emergencial como cestas básicas, equipamentos de proteção, produtos para higienização e medicamentos, que seriam doados aos que mais necessitam de suporte e acolhimento nesse momento difícil da história. O objetivo maior é reforçar a prevenção contra a disseminação do corona vírus, que ameaça a humanidade e causa consequências que fragilizam ainda mais as famílias do sertão.

Ao tomarem conhecimento de reportagem do Jornal O Eco, que aborda o tema, os vereadores que são favoráveis ao repasse de recursos da Câmara para prevenção da COVID-19 em Dom Basílio, encaminharam à redação posts publicados nas redes sociais, comprovando a mesma luta que travam por lá. O curioso é que, enquanto o prefeito, secretários e parte dos vereadores lutam diuturnamente em busca de condições dignas, melhorias nos equipamentos de saúde, programas de conscientização e acolhimento das famílias dombasilienses, enfrentando com dedicação a pandemia, alguns políticos de oposição, inclusive o presidente do legislativo local, parecem não se importar com a gravidade da situação e permanecem mais preocupados com interesses políticos.

Lideranças comunitárias, empresários e gente do povo, ouvidos pela reportagem do Jornal O Eco, comungam o mesmo sentimento de indignação para com os que fingem que essa não é uma responsabilidade de todos, um problema que somente será superado com união e solidariedade. “Não sei definir tal postura e tamanha ignorância, para mim é um misto de egoísmo e covardia. Quero ver até quando irão permanecer movidos pelas convicções da politicagem, alheios aos fatos reais que afligem a população carente. Se recebem recursos públicos e não utilizam toda a verba, qual o verdadeiro motivo de negar essa ajuda ao povo pobre?” Desabafou uma das nossas fontes, que não deseja se identificar.

Merece portanto destaque, o posicionamento coerente dos vereadores Zilmar Chaves, Gonçalo de Zé de Júlio, Juvenal Francisco, Louro Queiroz e Nei da Van, que demonstram convicção sobre o verdadeiro papel de homens públicos, comprometidos com o bem do coletivo. Quem exerce cargo eletivo, deve ter consciência de que esse é o momento de dar exemplo, seguir colaborando de forma espontânea para que sejam obedecidas as recomendações de isolamento com dignidade, ajudando a amparar os mais vulneráveis.

É inaceitável qualquer postura que não seja de abnegação e união em prol da comunidade, a população nesse momento não terá o poder de obrigar os vereadores ou mesmo o Presidente da Câmara a ajudar o executivo com recursos públicos, no entanto, em se tratando de um ano eleitoral, as urnas poderão guardar respostas amargas aos que não correspondem com os anseios de quem os elegeu. Enquanto todos os líderes mundiais pregam a união para o enfrentamento da pandemia, apostar no embate e no radicalismo, visando minar adversários políticos, além de desumano é o pior equívoco de qualquer liderança.

O prefeito Roberval foi diplomático ao tratar do assunto. “Independentemente da decisão, se repassam ou não o que está sobrando na Câmara para ajudar as pessoas, o momento serve também para refletirmos sobre o que há de mais profundo e de mais puro no ser humano, a fé e a caridade que nos move pela necessidade de unir a população para defendermos nossa existência”. Ponderou o gestor, que assim concluiu: “Em tempos de guerra contra uma pandemia, a disputa político-partidária deveria ser deixada de lado. Quando o sistema de saúde de um município corre riscos, estando em jogo a vida das pessoas, o tom conciliador e coerente deveria ser o único possível nas ações de políticos e autoridades. Essa é uma obviedade elementar, mas vivemos tempos em que o óbvio é ignorado”. Lamentou.

Falando em nome da população, uma das lideranças locais disse que “é hora de construir elos entre todos os humanos, independente de ideologias ou cores partidárias. Essa não é uma disputa por holofotes ou poder, é uma guerra real contra um inimigo oculto – o vírus que já destruiu milhares de vidas no Brasil e no mundo – não se trata de aliança baseada em afinidade política no município de Dom Basílio. É um momento em que nossa cidade e toda a região está sob eminente risco de ataque sanitário, isso requer esforços conjuntos no sentido de mostrarmos toda grandeza dos corações em defesa do que há de mais precioso para saúde do nosso povo”.