Com 697 mortes, 50.909 casos confirmados em 24h no Brasil e transmissão no mesmo patamar do início da pandemia na Bahia, número de mortos deve aumentar nos próximos dias.

Ignorando por completo a presença do coronavírus, aglomerações tomaram conta do País durante as eleições e agora depois dos pleitos municipais. Também por aqui pelo sertão da Bahia, tá liberado geral e as consequências são os elevados números de contaminação. Apesar das tentativas de municípios da região, que através do Consórcio do Vale do Paramirim, chegaram inclusive a emitir Decretos antes do final das campanhas, objetivando inibir o retorno da contaminação, autoridades e até médicos, com sede de política, foram contra, incentivando a população a ignorar os riscos, estando hoje todos expostos à contaminação comunitária, como é o caso de Macaúbas, demais cidades da bacia do Paramirim e região.

Infelizmente, a conta está chegando, com maiores complicações nas regiões onde não há recursos. Já se observa cidades com a capacidade de atendimento esgotada, inexistência de vagas em UTIs, uma verdadeira corrida na reorganização das equipes de saúde especializadas, pois, o País ultrapassou a marca de 50 mil infectados diagnosticados em um dia, registrando nesta terça-feira 50.909 novos casos da doença, provocada pelo novo coronavírus, com o total de infecções confirmadas atingindo 6.386.787, conforme dados do Ministério da Saúde. Também foram notificadas 697 novas mortes, o que eleva o total de mortes pela doença no País a 173.817. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, definiu como um “repique” da doença.

Com transmissão no mesmo patamar do início da pandemia, mortes devem aumentar, declarou o Secretário de Saúde da Bahia Fábio Vilas-Boas

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, projetou que, nas próximas semanas, a Bahia deva registrar um aumento na taxa de letalidade nos casos de coronavírus em meio à nova tendência de avanço da doença. O secretário afirmou que, atualmente, o nível de disseminação da doença é semelhante ao verificado no início da pandemia, em março. “Não é uma doença que mata nos primeiros dias. É uma doença que, quando mata, demora na maioria das vezes um mês. A pessoa fica internada em UTI. Então, é possível que, ao longo das próximas semanas, vamos começar a ver um aumento da taxa de letalidade”, declarou.

Os Boletins dos últimos dias, mostram um cenário preocupante. Os números representam mais do que o dobro de notificações a cada dia. Para Vilas-Boas, a elevação nos indicadores já era esperada sobretudo diante dos eventos político-partidários. “Aconteceu em São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Rio de Janeiro. Aqui, na Bahia, já temos uma semana, indo para duas, de aumento sucessivos do número de casos ativos, casos notificados e número de testagens no Laboratório Central, e de notificações por parte dos municípios”, disse.

Na entrevista, o secretário também fez um panorama da atual situação dos leitos de UTI nos hospitais públicos. Segundo ele, em Barreiras, que registrava taxa de ocupação de 45% na semana passada, agora 72%. No município do oeste baiano, há hoje 279 pessoas em isolamento após receber diagnóstico de Covid-19 e 155 aguardam resultado de testes laboratoriais. Desde início da pandemia, 99 pessoas morreram no município. Ele afirmou que o sistema de saúde hoje está mais pressionado do que já esteve no começo do ano. “Estamos vendo agora, e é uma coisa que está acontecendo no Brasil, uma coexistência das doenças tradicionais, acidentes de carro, de moto, infarto, AVC, cirurgias que vinham acontecendo eletivas com necessidade de UTI e a demanda da Covid voltando a aumentar. Então, o sistema está duplamente pressionado, pela volta à quase normalidade que algumas pessoas estão encarando, e a Covid voltando a recrudescer”, disse Vilas-Boas.

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