“Não existe candidatura natural no nosso grupo” Disse o Senador ao se mostrar contrário ao nome de Jaques Wagner para a sucessão de Rui Costa.
Embora muitos integrantes do governo Rui Costa (PT) considerem o senador Jaques Wagner (PT) como candidato natural à sucessão em 2022, o senador Ângelo Coronel (PSD) discorda. Em entrevista ao Jornal Tribuna da Bahia, ele afirma que o seu partido apresentará o nome do senador Otto Alencar (PSD), para a disputa eleitoral.
“Não existe candidatura natural no grupo”, frisou Coronel. “Todos os partidos desejam ter candidatura própria, até por questão de sobrevivência. O PSD deverá apresentar aos baianos o nome de Otto Alencar para governador e esperamos contar com apoio da base. Vale ressaltar que existe outros excelentes nomes dentro dos partidos que compõe a base aliada ao governo”, acrescentou.
Ainda na entrevista, Coronel admite que o grupo adversário liderado pelo ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (DEM), estará forte no próximo pleito. “É evidente que o Democratas avançou. Mas, para 2022, ainda existe muito chão a percorrer e quem tiver base consolidada deverá chegar à vitória”, pontuou.
Sobre o projeto que apresentou propondo até prisão para quem se recusar a tomar a vacina contra o coronavírus, Coronel explicou: “O programa de imunização do Governo Federal vem caindo a cada ano. Não acho correto quando o Governo Federal lança uma campanha obrigatória de vacinação, ter pessoas sem responsabilidade deixando de se vacinar e o pior, também deixar de vacinar seus filhos. Para não ser criminalizado deverá apresentar justificativa. Apresentei o projeto para abrimos o debate no Congresso Nacional”.
O senador do PSD também cutuca o Governador Rui Costa na condução da eleição do ano passado, fala sobre o governo do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e dos trabalhos na CPMI da Fake News. “Os trabalhos da CPMI, estão paralisados e retornaremos tão logo as sessões presenciais sejam restabelecidas. Teremos ainda 200 dias até o término do prazo regimental e nesse período vamos voltar com as oitivas e quebra de sigilo dos acusados. Sempre dando o direito de defesa e o amplo contraditório”, disse.
Confira a entrevista:
Tribuna – Qual a sua avaliação das eleições municipais, sobretudo, em Salvador? A que atribui a vitória de Bruno Reis?
Angelo Coronel – Bruno, além de ser experiente e já estando também à frente da prefeitura, na condição de vice e secretário, contou com o apoio do ex-prefeito ACM Neto, que estava muito bem avaliado pelos soteropolitanos.
Tribuna – O senhor acredita que houve algum erro estratégico no grupo do governador Rui Costa, que teve Denice Santiago, Pastor Sargento Isidório, Bacelar e Olívia Santana como candidatos a prefeito de Salvador?
Angelo Coronel – Sem sombra de dúvidas. O que se viu foram os candidatos da base numa corrida para chegar ao segundo turno disputando votos dentro do próprio grupo, e esquecendo o adversário. No final as máquinas, municipal e a estadual, prevaleceram sobre os que estavam só com o apoio divino.
Tribuna – O senhor acha que Bruno Reis vai conseguir descolar a imagem dele da imagem do ex-prefeito ACM Neto e conferir uma marca própria à gestão?
Angelo Coronel – Não será fácil esse descolamento, principalmente, porque ACM Neto deve ser candidato ao governo e vai usar sua gestão como cartão postal para pavimentar seu intento. Só o tempo dirá.
Tribuna – Em Feira de Santana e Vitória da Conquista houve segundo turno e, ao contrário do que indicavam as pesquisas, os então prefeitos conseguiram se reeleger. Que leitura podemos fazer disso? O PT errou também?
Angelo Coronel – O povo dessas duas cidades aprovou as administrações e não quiseram mudar. Além de mais uma vez ficar patente que pesquisas erraram.
Tribuna – O desempenho dos aliados de ACM Neto nas eleições municipais o fortaleceu para disputar o governo do Estado em 2022?
Angelo Coronel – É evidente que o Democratas avançou. Mas, para 2022, ainda existe muito chão a percorrer e quem tiver base consolidada deverá chegar à vitória.
Tribuna – Há algum candidato natural à sucessão estadual no grupo do governador? Fala-se no nome do ex-governador e senador Jaques Wagner (PT).
Angelo Coronel – Não existe candidatura natural no grupo. Ficou provado nas eleições da capital, onde o governador (Rui Costa) optou e abraçou por um nome novo em detrimento dos já consolidados. Pode se repetir em 2022.
Tribuna – O senador Otto Alencar, que é do seu partido, o PSD, também se colocou à disposição, caso seja necessário. Qual a melhor estratégia?
Angelo Coronel – Todos os partidos desejam ter candidatura própria, até por questão de sobrevivência. O PSD deverá apresentar aos baianos o nome de Otto Alencar para governador e esperamos contar com apoio da base. Vale ressaltar que existe outros excelentes nomes dentro dos partidos que compõe a base aliada ao governo.
Tribuna – Como o senhor tem visto esse bate-cabeça do governo federal no tocante à vacina contra o coronavírus?
Angelo Coronel – Absurdo politizar a saúde pública. Cada um querendo assumir o protagonismo do cronograma de ser o primeiro a aplicar a vacina. Saúde coletiva é dever da União.
Tribuna – O senhor acredita que o governo da Bahia conseguirá agilizar esse processo e iniciar a vacinação ainda no primeiro semestre?
Angelo Coronel – Torço que sim. Mas repito: é um absurdo politizar um tema delicado que vem tirando a vida de milhares de brasileiros. Cuidar da saúde coletiva é obrigação de quem está no poder, mas é um absurdo essa corrida para ver quem aparece mais.
Tribuna – O senhor apresentou um projeto de lei que estabelece prisão para quem se recusar a tomar vacina. Como essa vigilância será esquematizada?
Angelo Coronel – O programa de imunização do governo federal vem caindo a cada ano. Não acho correto quando o governo federal lança uma campanha obrigatória de vacinação ter pessoas sem responsabilidade deixando de se vacinar e o pior, também deixar de vacinar seus filhos. Para não ser criminalizado deverá apresentar justificativa. Apresentei o projeto para abrimos o debate no Congresso Nacional.
Tribuna – Na semana passada, o jornal “O Estado de São Paulo” noticiou que o senhor se recusou compartilhar informações da CPMI das Fake News com a PF. O que aconteceu de fato?
Angelo Coronel – Documentos sigilosos só podem ser compartilhados via decisão judicial do STF (Supremo Tribunal Federal). Só fiz cumprir a lei e o regimento interno do Senado, além de estar respaldado pela assessoria jurídica do Senado Federal.
Tribuna – Como estão os trabalhos da CPMI das Fake News atualmente?
Angelo Coronel – Estão paralisados e retornaremos tão logo as sessões presenciais sejam restabelecidas. Teremos ainda 200 dias até o término do prazo regimental e nesse período vamos voltar com as oitivas e quebra de sigilo dos acusados. Sempre dando o direito de defesa e o amplo contraditório.
Tribuna – Como viu a Operação Faroeste, que teve como um dos alvos o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa? Acha que pode atingir o governo estadual de alguma forma?
Angelo Coronel – Tenho como premissa que não se deve pré-julgar ninguém. Todo acusado deve ter o direito de defesa. Não vejo como atingir o governo, principalmente, nesse momento quando ainda se colhe provas para robustecer o processo ou absolver os acusados.
Tribuna – O senhor acha que a falta de consenso na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa da Bahia, que o senhor por sinal já comandou? Pode trazer riscos e talvez ocasionar uma fissura na base do governo do Estado?
Angelo Coronel – A base é coesa e saberemos com inteligência buscar o caminho da manutenção da unidade. Mas é bom ressaltar, e defendo sempre, que eleição do Parlamento deve ficar no espectro da Casa. Os poderes devem manter a independência e a harmonia. Todos os 63 têm condições de presidir a Assembleia.
Colaborou: Henrique Brinco