Iniciativa pode desafogar UTIs e aumentar oferta de vacinas gratuitas do governo federal aos municípios de menor porte no Brasil.

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, participou, de uma reunião virtual entre os integrantes da Comissão de Vacinas da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), para debater a instituição do consórcio de municípios para a compra dos imunizantes. A intenção da entidade é pactuar, com gestores das médias e grandes cidades, o início e o cronograma da construção desta estratégia, já a partir desta segunda-feira, 1º de março. Atualmente, há dez vacinas aprovadas e mais de 230 em fase de testes no mundo. Por enquanto, deverá ser formado um grupo de trabalho com representantes de capitais e cidades que já estão em tratativas para a compra de vacinas. Essa ação aconteceria em paralelo à constituição do consórcio, que deve acontecer ainda em março. Além de vacinas, o consórcio também vai ser desenhado para a compra de equipamentos, medicamentos e insumos.

Para o prefeito de Salvador Bruno Reis, com a criação de um consórcio de municípios, será possível aos gestores das cidades comprar as vacinas em quantidade maior. A ação, inclusive, considera a recente decisão do Supremo e do projeto de lei a ser aprovado na Câmara, que permite a estados e municípios a aquisição de doses diretamente dos fabricantes. Com isso sendo concretizado, certamente desafogará o Ministério da Saúde, que deverá ser mais ágil e oferecer maior número de doses para os demais municípios do Brasil, cujo resultado seria uma imunização mais eficiente e o alívio da pressão sobre os hospitais e UTIs. “Salvador já possui três protocolos assinados, com a Pfizer, Sinovac e Oxford/AstraZeneca, aguardando somente essa possibilidade de compra. Já há outros prefeitos baianos entrando em contato com o mesmo desejo de comprar vacinas. O objetivo maior é de salvar vidas e entendemos que é muito mais barato investir em vacina do que montar estrutura”, declarou Bruno Reis.

Na opinião do presidente da Federação Nacional dos Prefeitos, Jonas Donizette, o que hoje é uma pandemia pode virar uma endemia. “O coronavírus é uma realidade e pode ser que tenhamos que vacinar a população com alguma frequência. Então, a constituição desse consórcio não é tardia. Estamos liderando essa ação pensando não só na urgência, mas também no futuro”, falou. Também participaram da reunião os prefeitos de Cuiabá (MT), Emanuel Pinheiro; de Manaus (AM), David Almeida; de Porto Alegre (RS), Sebastião Melo; de Ribeirão Preto (SP), Duarte Nogueira; de Petrolina (PE), Miguel Coelho; do secretário de Planejamento, Finanças e Orçamento de Curitiba (PR), Vitor Puppi, representando o prefeito Rafael Greca; além do secretário-executivo da FNP, Gilberto Perre.