Encontros com empresários e políticos aquece a disputa pelo governo da Bahia e expõe preocupações quanto à dimensão das adesões pretendidas.

Para os aliados do ex-prefeito de Salvador, e atual presidente nacional do Democratas, ACM Neto, a primeira viagem oficial do líder no movimento “Pela Bahia – Caminhos para o futuro do nosso estado”, foi um sucesso. Apesar de pouca publicidade, há quem garanta que os objetivos de promover encontros para discutir os problemas, pensar soluções e encontrar novas potencialidades para o desenvolvimento dos baianos, iniciou-se com grande adesão de políticos e empresários. No entanto, apesar da presença de lideranças da base de apoio, prefeitos e vereadores da região, inclusive aliados de Rui Costa, as opiniões dos governistas são de que Neto não consegue agregar o quanto imaginava, pelo menos é o que se percebeu na viagem desta semana.

No tour programado e realizado na região da Chapada Diamantina, onde vivem quase 500 mil pessoas, Neto recebeu adesões e conversou com lideranças das diversas facções políticas, no entanto, talvez por estratégia, muito pouco se divulgou sobre as referidas reuniões. A postura chega lembrar o que fez Wagner, quando no famoso “come quieto” mesmo pontuando rasteiro nas pesquisas, tomou a eleição de Paulo Souto ainda no primeiro turno, atuando sorrateiramente junto às bases nos quatro cantos do estado. A verdade é que quem esteve no beija mão a Neto, não quer falar, não quer publicidade para não complicar o relacionamento com o governador Rui Costa. Analisando as poucas imagens disponibilizadas, percebe-se que no primeiro momento, apenas oposicionistas, especialmente quem perdeu as eleições municipais, dão as caras e posam para os retratos.

Vale ressaltar, que além da distância que ainda nos separa das eleições de 2022, o ex-prefeito de Salvador, mesmo saindo a campo, se previne e busca proteger quem se declara favorável aos seus projetos. Neto que tem demonstrado ser exímio estrategista político reuniu uma boa base com os parlamentares e lideranças estaduais, para lançar a iniciativa, cujo objetivo é promover encontros em toda a Bahia para discutir os problemas, pensar soluções e encontrar novas potencialidades para o desenvolvimento do estado. Entre os entusiastas estão: Sandro Régis, Pedro Tavares, Luciano Simões Filho e Tom Araújo, do Democratas; Tiago Correia, Paulo Câmara e Carlos Geilson, do PSDB; e Soldado Prisco, do PSC. O grupo conta ainda com a experiência do ex-governador Paulo souto, do ex-deputado Luciano Ribeiro e do ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo de Carvalho.

Sob o argumento de se encontrar com produtores rurais, trabalhadores, associações, cooperativas, lideranças comunitárias e políticos. ACM Neto manteve contatos com vereadores, ex-prefeitos de diversas outras cidades além de Mucugê, Ibicoara, Barra da Estiva, Abaíra e Piatã, que serviram de ponto para os encontros. Os boatos nas redes sociais, na maioria envoltos em ciúmes dos aliados de Rui e Wagner, dão conta de que tudo não passou de fracassadas tentativas para fazer decolar uma campanha natimorta, especialmente pela suposta ligação de Neto com Bolsonaro. Os mais exaltados, prometem “queimar o filme” de lideranças que teriam “desobedecido” seus partidos e lideres indo ao encontro com Neto. Os próximos capítulos revelarão quem de fato está com a razão.

Se há solidez na pré-campanha de ACM Neto ou a boa performance de Rui e Wagner contra a pandemia e contra o Bolsonarismo seguirá tendo a preferência do eleitorado baiano, só o tempo dirá. Quem viver verá. Em seus esclarecimentos, Neto reafirmou: “Decidimos começar o movimento pela Chapada Diamantina porque é uma região que tem muitos bons exemplos e iniciativas na área da agricultura que podem ser reforçados, ampliados e positivamente copiados para outros locais do estado. A Chapada tem um potencial extraordinário, com bons empreendimentos já implantados”, explicou o democrata. Com o movimento “Pela Bahia”, pretendemos intensificar as viagens ao interior, na estrada, visitando cidades até maio de 2022. Não há campanha política, como também não há uma receita única quando se pensa em soluções para os problemas do estado. Cada região tem sua própria realidade, a ideia é ouvir, trazer sugestões a partir dessas viagens para que possamos construir um projeto para o futuro da Bahia”.