Além da vacinação lenta e da flexibilização do isolamento social, fundamentais para impedir a contaminação, novas variantes do vírus estão surgindo.

Com a chegada do inverno, vacinação lenta e afrouxamento da quarentena, terceira onda está prestes a chegar e pode ser mais letal, segundo especialistas. Em maio, a vacinação no Brasil caiu 17% em relação a abril. A principal razão para essa paralização foi a falta de insumos, que interrompeu a produção da CoronaVac em 14 de maio, do Instituto Butantan, e da AstraZeneca, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em 20 de maio.

A queda nas vacinações afetou inclusive cidades da nossa região que interromperam as imunizações principalmente da segunda dose que despencaram 43% em maio. Por outro lado, houve o afrouxamento da quarentena, que tem resultado em novos casos. estados e municípios ampliaram as flexibilizações e a partir de 1º de junho, espera-se maiores aglomerações, viagens e o consequente aumento da contaminação.

Além da vacinação lenta, flexibilização do isolamento social, a falta de consciência de jovens e adultos que promovem mais e mais festas e encontros clandestinos, quando o distanciamento seria fundamental para impedir o avanço da contaminação, novas variantes do vírus estão surgindo. Com a chegada do inverno a preocupação aumenta.

Ainda que não haja pesquisas, o clima do inverno não é barreira para o coronavírus e é comprovado que vírus respiratórios gostam de frio, tendo portanto, sua capacidade de sobrevivência aumentada nessa época do ano. O resultado desses fatores é a lotação das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). A ocupação dos leitos em hospitais particulares saltou de 79% para 95% na última semana, com diversos hospitais lotados.

Especialistas temem que a nova onda seja mais letal que a anterior. Para se ter uma ideia, quando a segunda onda começou no Brasil, o número de internados em UTI permaneceu em torno de 5.900 por três semanas antes de atingir o pico de 12.961 em março. Hoje já são mais de 10 mil pessoas entubadas, com risco de aumentar significativamente esses números.