Pelo segundo ano consecutivo, com a suspensão dos eventos, as comemorações encontram novos significados.

VEJA VÍDEO DO JORNAL O ECO:

O município de Paramirim, historicamente reverencia o seu padroeiro, mais conhecido na cultura popular do Nordeste como “Santo Casamenteiro” com muita festa e devoção. São treze dias de alegria que se inicia oficialmente na madrugada do dia 1º, com forte expressão da cultura e devoção dos nativos e visitantes. Tradição, que em tempos normais, também aquece a economia, agregando geração de emprego e renda, através do turismo. A Trezena de Santo Antônio sempre atraiu milhares de fiéis, que na matriz ofertam preces, além de participar dos dias de festejos na praça, celebrando a data do maior evento religioso do lugar.

Pelo segundo ano consecutivo, a pandemia da Covid-19 provocou o cancelamento das festas juninas na Bahia, e também neste pedaço de sertão. Mesmo com a suspensão das tradicionais comemorações, com a saudade ganhando espaço no seio das diversas famílias, que em sua maioria se esforça para obedecer aos protocolos de segurança, membros da igreja e colaboradores da gestão, encontraram formas para celebrar simbolicamente e com segurança, para não deixar “morrer” a tradição.

A festa ao padroeiro, que antes reunia mais de 10 mil pessoas no amplo festival de Santo Antônio, este ano esteve restrita à singelas manifestações de fé, eventos limitados aos poucos moradores que representaram a resistência católica, a esperança de uma comunidade que apesar das dificuldades impostas pelo atual cenário epidemiológico, acredita poder retornar as celebrações com alegria e liberdade dentro em breve. Estas foram as preces em cada missa, cada ato espaçado, que nos remeteram ao sonho da cura com a intercessão de Santo Antônio.

Com o distanciamento imposto, a convivência em família tem feito com que as tradicionais comemorações realizadas dentro de casa, tenham se tornado ainda mais representativas para muita gente. São estas comemorações restritas aos membros da casa, com as transmissões religiosas e o incremento das lives juninas, que contribuem para a perpetuação das tradições, que não devem ser extintas da vida do sertanejo.

Batalhando contra o vírus, atentos à prevenção, nós buscamos manter a tradição sim! Isso faz parte da nossa essência, é a alegria das nossas vidas! Santo Antônio esse ano foi em casa, reunindo quem convive com a gente e celebrando o padroeiro. Ensinamos mais uma lição sobre os nossos costumes com segurança e muita fé. As festas juninas traduzem a identidade do nosso povo, apesar da pandemia, o amor que temos por esta época nos enche de esperança para que muito em breve possamos dançar forró com segurança, marcados pelas perdas, mas, vivos e renovados pela superação!