A jovem ativista é Embaixadora da ONU no Brasil, defende áreas ambientais e quer ser surfista de ondas gigantes.
Enquanto tem marmanjo que ainda não sabe a diferença entre lixo orgânico e reciclável, a baiana Catarina Lorenzo defende uma área ambiental em Salvador, é embaixadora da ONU no Brasil, já discursou ao lado da ativista Greta Thunberg nos Estados Unidos contra as mudanças climáticas e ainda tem tempo de ser surfista e estudante. Isso tudo com apenas 14 anos. Ela se divide entre semana de provas, treinos no mar e protestos em prol da causa ambiental, Catarina possui a alegria de uma menina amante da natureza, porém com idéias firmes sobre o mal que a humanidade está fazendo ao planeta.“Desde pequena eu tenho defendido estas causas ambientais. Nasci e cresci dentro de uma área de Mata Atlântica chamada Vale Encantado (em Patamares), onde meus avós e pais já estavam nessa luta, inclusive impedindo a destruição de uma lagoa que seria aterrada para dar lugar a uma pista de asfalto. Queremos transformar o lugar no primeiro refúgio da vida silvestre em Salvador. Precisamos de áreas como esta, com urgência. Esta luta que estou assumindo é muito antiga, a zona de Mata Atlântica ainda corre muito perigo. Só precisamos da assinatura do prefeito para a criação deste decreto”. Disse Catarina em entrevista ao Jornal Correio 24Horas.
“Além da luta pela proteção do Vale Encantado, também participo de vários protestos contra a canalização de rios, as limpezas de praias, tudo que envolva proteção ambiental. Isso vem de berço. Meus pais me ensinaram que não somos nada sem o meio ambiente, precisa cuidar e viver junto com a natureza. Além disso, meus pais sempre me criaram muito solta, correndo no mato, subindo em árvore… Me acostumei a ver meu pai parando o trânsito para tirar uma cobra da pista”. Confessa emocionada.Indagada sobre a importância de os jovens serem mais atuantes na preservação ambiental, a menina demonstra muita maturidade ao afirmar que “não apenas os jovens. As pessoas acham que o ativismo é algo complexo. Não é. Na verdade, podemos fazer este ativismo no nosso dia a dia. Pode não, deve. O ativismo é lutar por uma causa que a gente acha que precisa de nossa atenção. Se você começa a fazer sua parte, como não usar canudo de plástico, por exemplo, já é uma forma de ativismo. Mas podemos ir além. Além de não aceitar o canudo plástico, separe seus resíduos para reciclagem. Diminuir o consumo, fazer sua parte no próprio cotidiano. Ir sempre além. Imagine cada um fazendo isso? Seria um enorme passo”. Exortou.
Catarina lembrou que “os jovens já estão engajados. Temos jovens que lutam pela causa de gênero, sociais, mas de 20 anos ou mais. A luta social também é uma luta ambiental. Andam juntas. Ao lutar pela causa social você luta pelo meio ambiente também. Há uma mudança de atitude dos mais novos, mas podemos mais. Tem alguns que preferem jogar videogame, né? Respeito, é uma escolha deles. Mas minha geração precisa entender que nosso futuro está em jogo, todos os atos do presente vão afetar o nosso futuro. Se as autoridades não mudam, cabe a nós, jovens, mudarmos este cenário. Se eles não tomam atitudes, nós tomamos.