Queixas contra a reserva de R$ 1,7 bilhão para beneficiar policiais têm se espalhado.
Com a previsão de reajuste salarial apenas para policiais em 2022, servidores federais insatisfeitos ameaçam deflagrar uma greve tão grande quanto as promovidas em 2012 durante o governo Dilma Rousseff (PT). O presidente do Fonacate (Fórum Nacional das Carreiras de Estado), Rudinei Marques, afirmou nesta quinta-feira, 23, que muitas categorias já se preparavam para mobilizações a partir de janeiro por aumento.
Segundo ele, o movimento estava tímido, porém agora o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) motivou uma reação mais enérgica. Bolsonaro pode reeditar a maior greve do serviço público, ocorrida em 2012, no governo Dilma, por cometer os mesmos erros. Visão fragmentária do Orçamento público e falta de diálogo”, afirmou Marques.
As declarações se somam ao movimento iniciado na Receita, que até agora tem sido o mais expressivo. O Sindifisco (sindicato dos auditores) já registra mais de 600 entregas de cargo de chefia. Além disso, 44 servidores entregaram os cargos de conselheiros do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, responsável por julgar disputas tributárias entre a União e contribuintes).
O órgão é uma espécie de tribunal da Receita. Com isso, a situação pode inviabilizar julgamentos a partir de janeiro, quando começam a ser decididos os recursos mais relevantes em questões tributárias. As queixas contra a reserva de R$ 1,7 bilhão no Orçamento, aprovado na terça-feira, 21, para beneficiar policiais têm se espalhado pelo Executivo e chegou até ao Judiciário —magistrados também querem aumento.