Indefinições de apoios, ausência de nomes e a tendência de votos no ‘Time de Lula’ acendem alerta no grupo do ex-prefeito de Salvador.

“Em tese, está ficando difícil para Neto”. A fala de um dos aliados do postulante ao governo da Bahia ACM Neto (DEM/UB), é um alerta para a base que compõe o grupo do ex-prefeito de Salvador. O tamanho da base de apoio, os nomes para a composição da chapa e o desembarque de partidos têm preocupado aliados.

Segundo outra liderança política, a candidatura de Neto estaria “se esvaziando no apoio” e estaria ficando ofuscada pelo crescimento do senador Jaques Wagner (PT). Outro interlocutor da base apontou que agora “começaram a ver Wagner como candidato” e outro ingrediente seria o pré-lançamento da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, quando o cenário seria totalmente revertido. “Você não sabe o que é quando começa o ‘quero votar no time de Lula'”, apontou a fonte.

A possível “inviabilidade” da candidatura de Neto por conta da fragilidade da base de apoio pode ser mais agravada. Atualmente, o Republicanos ainda compõe o arco de aliança, porém, a migração pode ocorrer. O partido depende de ajustes nacionais, já que o Ministro da Cidadania, João Roma já sinalizou que disputará o governo pela legenda.

Outro caso de perda de apoio é o MDB que segue em diálogo com ambos os grupos, apesar de ainda estar na base. Sem esconder as negociações, já foi elogiado por Wagner, que sinalizou que o partido estaria insatisfeito na base de Neto. Além disso, a sigla teria reconhecido a força do ex-presidente Lula na Bahia, fato que pode ser decisivo no anúncio do nome ao governo que irá apoiar.

Citada também por aliados, foi a chegada do deputado Marcelo Nilo (PSB), atualmente na base rival. Um deles citou que Nilo chegaria “sem um partido” e, como ele, existiriam diversos deputados. Haveria ainda o debate para a inclusão de uma mulher na chapa majoritária, fato que não deverá ocorrer, pois, segundo a liderança, “não existe nome”.

Além disso, a recente “sumida” de Neto, estaria reforçando o nome de Wagner. A ida a Europa, durante a crise das chuvas no sul do estado, atrelado a maior presença do senador petista pela Bahia, teria ampliado ainda mais o alcance do nome do aliado de Lula.