Levantamentos já indicam que caiu de 9 para 3 dias o tempo médio de permanência de pacientes que tomaram pelo menos uma dose da vacina.

Uma boa notícia em meio a tantas incertezas com o novo pico de infecções. Apesar dos recordes nos registros de casos de covid-19 e do aumento na procura por atendimento em hospitais e outras unidades de saúde, o tempo dos pacientes internados com a doença caiu. Esse é um dos dados que as autoridades se baseiam para explicar um novo cenário da pandemia de coronavírus —considerado menos grave em comparação às ondas anteriores. “Se tivéssemos nessa onda sem a vacina, seria uma catástrofe, com uma boa parte da população dizimada”, disse o secretário do MS. O estudo realizado em São Paulo comprova que com pelo menos uma dose da vacina, o tempo dos pacientes internados com a doença caiu, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.

Na segunda onda de contaminações, no começo de 2021, ainda sem a vacinação em massa, o tempo médio de internação de uma pessoa com quadro grave era: Nove dias nas enfermarias, 12 dias em UTI (unidade de terapia intensiva). Hoje, de acordo com o governo paulista, com boa parte da população vacinada, o período diminuiu para: Três dias nas enfermarias Sete na UTI. As pessoas internadas também têm um perfil diferente. Dados de São Paulo e do Rio de Janeiro apontam que a maioria do internados não se vacinaram completamente ou sequer tomaram uma dose.  Tendência de desaceleração nas internações? Apesar de o comitê prever este aumento e manter a observação, Jean Gorinchteyn diz que já é possível notar uma tendência de desaceleração na curva de internações. “Nossa maior aceleração aconteceu de três semanas para cá, e estamos vendo uma desaceleração, mesmo com a quantidade de leitos [ocupados] aumentando”, afirma o secretário.

Isso significa que as internações devem continuar subindo, mas em ritmo mais lento. Como exemplo, o secretário citou que, no dia 20 de janeiro deste ano, 1.106 pacientes foram internados em leitos de UTI e enfermaria. Sete dias depois, na última quinta-feira (27), foram 684 novos pacientes. Outra métrica de análise da pandemia usada pelo Comitê Científico é a taxa de crescimento diário de internações, uma média móvel calculada com base nos últimos sete dias. O médico Paulo Menezes, coordenador do comitê, diz que a taxa ficou abaixo de 0% durante todo segundo semestre do ano passado, mas, em dezembro, começou a subir e, em janeiro, bateu 8%. O índice é significativo: em janeiro de 2021, na segunda onda de infecções pelo coronavírus, essa taxa ficou em 4%, ainda conforme Menezes. As próximas duas semanas manterão patamares elevados de internações, por isso a atenção no preparo no acolhimento desses pacientes.”