Nos bastidores políticos de diversos município da região, a movimentação já é intensa com vistas à sucessão municipal.

O Jornal O Eco que peregrina por todo o Vale do Paramirim, Cidades da Chapada e Serra Geral, tem percebido um fenômeno intrigante no meio político, disputas antecipadas, fortes articulações, discussões e até intrigas sérias, não no sentido de apoio a deputados senadores e governador da Bahia, mas, com foco total nas eleições municipais de 2024. É que, boa parte dos prefeitos atuais já foram reeleitos e a cobiçada cadeira no executivo municipal já está sendo disputada com muita antecedência. Temos informações de que em alguns casos essa “disputa interna” pode inclusive atrapalhar o desempenho da atual gestão que iniciou o segundo ano do segundo mandato.

É natural que pretendentes já se mobilizem, buscando espaço e aliados no seu intento, o que se estranha é a verdadeira guerra desnecessária em municípios que não podem nem devem enfraquecer suas linhas, seu grupo político. Para quem não se liga em política, deve estar achando que tudo isso parece conversa de bêbado para delegado, mas não é. Na verdade, e na prática, o papo tem sido reto e tem como alvo as eleições municipais de 2024, quando mais da metade dos municípios elegerá novos prefeitos, uma vez que os atuais chefes do executivo já foram reeleitos e não podem mais se candidatar.

Deixarão obrigatoriamente o comando das prefeituras, Luciano da Farmácia (PSB), de Boquira; Gilvânio Santos (PP), de Rio do Pires; Djalma Anjos (PP), de Novo Horizonte; Paulo Mendonça (PSD), de Caturama; Gilberto Brito (PSB), de Paramirim; Ricardinho Ribeiro (REDE), de Livramento de Nossa Senhora; Cristiano Azevedo (PSB), de Rio de Contas e Roberval Meira (PL), de Dom Basílio. Todos foram reeleitos em novembro de 2020. A “discussão” antecipada tem lá suas razões de ser. Como o clima interno em geral já é de disputa, com parte dos postulantes nutrindo o desejo de contar com o apoio da máquina administrativa, a cada dia surge um nome diferente que seria o abençoado pelo atual prefeito, criando um ambiente de certo desconforto, de divisão, quando na verdade, a maioria dos atuais prefeitos estão focados nas eleições deste ano.

Precavidos, exatamente como manda a boa estratégia política, os prefeitos fazem cara de paisagem quando o tema vem à tona. Entendem que não é hora de selar compromissos e que esse é um debate para daqui a dois anos, afinal de contas não há vantagem alguma em antecipar “problema”. Mas o problema existe. A movimentação já é intensa, no calendário invertido do jogo eleitoral está a eleição de outubro de 2022. Escolher bem quem vai apoiar para presidente da república, governador do estado, senador, e, sobretudo, para deputados federal e estadual pode representar a garantia de legenda e de suporte futuro na disputa municipal.

Daí a relação direta, por exemplo, com a Assembleia Legislativa e com a Câmara dos Deputados. Candidatos ao parlamento esse ano terão papel decisivo na eleição dos próximos prefeitos, sobretudo aqueles que conseguirem se eleger deputados. É um círculo vicioso, onde os postulantes à cadeira de prefeito ajudam, agora, a eleger deputados. Estes, por sua vez, retribuem o apoio na eleição seguinte. E que não se perca de vista: para quem de repente não é o candidato da máquina administrativa na eleição de 2024, esse apoio de hoje pode fazer toda a diferença lá na frente, numa espécie de compensação de força. Por isso mesmo, há intensa movimentação política na esfera municipal mirando o pleito deste ano, mas antes de tudo como garantia de “cabos eleitorais” de peso nas próximas eleições, para vereadores e prefeitos.

Em consonância com sua postura inquieta e inovadora, sempre atento ao que de fato acontece no ambiente político regional, o Grupo O Eco de Comunicação que realiza levantamentos periódicos em diversos municípios com vistas a identificar a intenção de voto para prefeito, pretende aplicar mais uma rodada de pesquisas, especialmente nos municípios em que os gestores atuais finalizarão seus mandatos em 2024. A intenção é apontar os nomes mais cotados, mesmo que de forma interna, colaborando para apaziguar disputas desnecessárias e sem uma base sólida na opinião pública. A história e nível de confiança do Eco junto a todas as lideranças regionais, independente de lado político é incontestável, servindo como baliza para decisões futuras.

Para que o leitor tenha uma noção, em Rio de Contas, por exemplo, existe disputa pela indicação no grupo do prefeito, estando como mais cotada a atual vice-prefeita Dona Iu.  No entanto, a oposição tem o forte nome do ex-prefeito Márcio Farias. Assim também em Dom Basílio, o favorito nesse momento é o vice-prefeito Fernando, a oposição ainda não possui um nome definido. Em Livramento de Nossa Senhora, apesar de ainda não se falar muito no assunto, existe a possibilidade de Joanina, no entanto, o Controlador Geral Jânio é forte nome, além de outros pretendentes. Em Paramirim, o atual vice-prefeito vai se consolidando como sucessor natural de Beto, apesar de existirem outros nomes. Na oposição que vem perdendo lideranças, não há conversas sobre o tema. Já em Caturama, existem dois nomes da situação. No entanto, o próprio prefeito mandou avisar que só se fala nisso em 2024. Rio do Pires, o atual Secretário de Finanças é unanimidade no grupo e não deve haver problemas internos, o foco é aglutinar gente da oposição que vem aderindo ao projeto. Em Boquira, após alguns impasses, surge como o nome natural Alan França, Secretário de Saúde e experiente gestor.

Nem sempre as pesquisas do Jornal O Eco são divulgadas. Em muitos casos servem para orientar, nortear situações e até apagar fogo cruzado dentro dos diversos grupos políticos da região. Sempre fiel à sua postura de imparcialidade, obedecendo a todos os critérios estatísticos legais, o Instituto é hoje referência. Segundo o coordenador, jornalista e especialista em Marketing Político, Samuel Rodrigues de Lima, a realização guarda inteira coerência com o que se vê nos bastidores políticos dessas cidades. “A verdade é que a preocupação e a atenção com a eleição desse ano estão lastreadas no interesse futuro”. Diz Samuel. Por outro lado, segundo Dr. Lucas, Diretor executivo e de Marketing a gente aconselha inclusive que os próprios prefeitos e parte desses pré-candidatos, periodicamente realizem levantamentos, sem, porém, dar publicidade. “Está aí a importância do trabalho do Eco que de forma plural vai às ruas captar o sentimento da população. Alguns vão dizer que é muito cedo. Eu digo que desde 16 de novembro de 2020, um dia após os prefeitos terem sido reeleitos, esse assunto é pauta nos municípios”.