Sem perspectivas de uma reviravolta nesse segundo turno, pessoas ligadas ao ex-prefeito já admitem não vislumbrarem uma virada de jogo e a luta é para evitar uma derrota ainda maior.
Não é necessário ser especialista em campanha eleitoral, para que se perceba que a situação atual, restando menos de 15 dias para a votação em segundo turno na Bahia, está extremamente favorável ao grupo do PT e tudo o que poderia provocar uma reviravolta em favor de ACM Neto, não aconteceu e nem se vislumbra. O ex-prefeito ainda sente a derrota do primeiro turno, pois pregava e esperava adesões em massa de prefeitos e lideranças, o que não ocorreu. Outro fator muito aguardado pelo carlismo, seria um desentendimento entre as lideranças do governo, viu-se o contrário, união e desempenho acima da média, dos caciques, o que culminou com apoios essenciais na capital e no interior. A eleição de Otto Alencar, o apoio incondicional de Lula a Jerônimo, aumentaram o clima de desespero nos que acreditaram em Neto antes do primeiro turno, tudo contribui para a sensação de terra arrasada.
Até pelas bandas da capital, onde se concentra o maior reduto de Neto, as manifestações, trabalho de propaganda na rua, eventos e demais atividades, estão se amiudando de forma perceptível a cada dia. Pelas cidades do interior os chamados grandes encontros se esvaziam e começam a serem repensados. Não é preciso ser entendido para enxergar o desespero de apoiadores, a preocupação crescente em gestores que ainda insistem, mas não acreditam tanto em uma improvável reviravolta. Derrotado no primeiro turno por Jerônimo Rodrigues (PT), o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), vai lutar agora até o dia 30 de outubro para conter os eventuais danos à própria imagem, depois de liderar a corrida até a abertura das urnas. pois, o quadro favorável a Jerônimo, dificilmente será alterado. Na guerrilha política, ACM Neto enfrenta difícil situação, buscando forças para juntar os cacos.
Há quem afirme que, publicamente, o entorno da campanha do União Brasil trabalha com todas as forças para reverter o favoritismo agora colado em Jerônimo. Se antes a campanha “paz e amor” prevalecia, o tom agora subiu e é possível ver que o clima de “já ganhou”, negado na mesma intensidade com que contaminava o entorno de ACM Neto, foi substituído por uma série de batalhas contra o petismo. A guerra final, sabemos, tem data e hora para acabar, no final do mês. Porém é inegável que a bola está com o governista e com a onda vermelha de Luiz Inácio Lula da Silva. Neto insiste em todas as frentes, chamando para o debate que ele mesmo fugiu todo tempo do 1º turno, se desdobra para tentar manter prefeitos aliados, convencendo-os que agora será diferente. A verdade é que ele logicamente não vai entregar facilmente os pontos, pois uma derrota com mais de 1 milhão de votos será amarga e pode comprometer seus planos futuros na política.
O resultado indicando Neto muito atrás de Jerônimo, que por pouco não levou em primeiro turno, demonstrou que o herdeiro do velho ACM não possui o capital político que pregava. Uma derrota acachapante nesse segundo turno, pode significar estragos imensos na reputação política do grupo de oposição e especialmente na imagem de Neto, que era considerado o líder maior. Restará saber quem vai permanecer abraçado mesmo com o barco afundando e quem vai pular para um novo navio mesmo depois da derrota nas urnas. Analistas políticos já afirmam que “enquanto isso, a prefeitura de Salvador pode se tornar o último bastião do grupo político, tal qual o foi em 2013, quando o próprio ACM Neto passou a comandar o Palácio Thomé de Souza. Pode sobrar para Bruno Reis, que em 2024 deve ser convidado a abdicar da reeleição para que o “chefe” tente retornar.