Uma das pautas principais é a divulgação do nome para o Ministério da Fazenda. Lula está falando pouco devido a cirurgia e por isso o encontro será pessoalmente.

O senador Jaques Wagner (PT) se reúne hoje com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar do futuro do governo federal. O encontro vai acontecer em São Paulo. O senador afirmou que Lula está “falando baixo” devido à cirurgia que realizou, por essa razão é melhor conversar pessoalmente.

Ontem, Wagner defendeu que o presidente eleito divulgue logo o nome do ministro da Fazenda. Segundo ele, a medida facilitaria a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que prevê uma licença para gastar fora do teto em 2023, e faria uma sinalização para os investidores.

“Eu acho que falta, por enquanto, um ministro da Fazenda”, disse Wagner, sem citar nomes. “Eu acho que facilita (se um ministro fosse indicado agora), mas isso é uma opinião. Quem vai decidir é o presidente da República”, acrescentou o senador.

O PT acionou o senador Jaques Wagner para tentar destravar no Senado a PEC da Transição, segundo o jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, o PT aposta no bom trânsito que Wagner tem com partidos de centro e da base do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

O senador da Bahia integrará um gabinete provisório de articulação, função que fora atribuída também a outros petistas, como o senador José Guimarães (CE) e o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG). O deputado eleito Lindbergh Farias (RJ) e o deputado Márcio Macedo (SE) também farão parte do grupo.

Antes da força-tarefa, a articulação estava concentrada no senador eleito Wellington Dias (PT-PI), mas interlocutores do presidente eleito receberam relatos de reclamações sobre a falta de diálogo. 

Já sobre o futuro ministro da Fazenda, desde a viagem com Lula para a COP-27, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, passou a ser o mais cotado para assumir o cargo no próximo governo em uma dobradinha com o economista Persio Arida, que poderia ficar com o Ministério do Planejamento. O mercado que sempre se mostrou contrário ao nome de Haddad para o comando da economia do governo Lula passou a achar que a parceria com Arida poderia “diminuir danos”.

Wagner afirmou que ainda “não tem nenhum nome na mesa” para assumir a Fazenda, mas sim “na cabeça do presidente”. “Nós vamos conversar, eu vou dar o quadro para ele. Ele está refletindo, está olhando as coisas”, afirmou. 

O senador comentou ainda que espera que a retirada do Bolsa Família da regra do teto de gastos seja aprovada pelo prazo mínimo de quatro anos, período do futuro mandato de Lula, mas que a decisão vai depender mesmo do Congresso. A previsão de retirar o programa da regra que atrela o crescimento das despesas à inflação está na PEC da Transição.