“Achamos que fosse o apocalipse”, disse a repórter Melisa Salman, que mora em Kahramanmaras, epicentro do tremor.
Equipes de resgate retomaram nesta terça-feira,7, (noite de segunda em Brasília) as buscas desesperadas por sobreviventes do devastador terremoto de magnitude 7,8 que abalou o sudeste da Turquia e o norte da Síria, matando mais de 3.800 pessoas. Na Turquia, onde o epicentro foi registrado, ao menos 2.379 pessoas morreram, anunciou na noite desta segunda-feira o vice-presidente turco, Fuat Otkay, acrescentando que mais de 14.483 pessoas ficaram feridas.
Na Síria, o terremoto deixou ao menos 1.444 mortos. Em áreas controladas pelo governo, o balanço é de “1.431 feridos e 711 mortos nas províncias de Aleppo, Latakia, Hama, Tartus”, informou o ministério sírio da Saúde. Nas partes controladas pelos rebeldes no noroeste do país, ao menos 733 pessoas morreram e 2.100 ficaram feridas, segundo o grupo de socorristas Capacetes Brancos.
“A situação é muito grave, muitas pessoas ainda continuam sob os escombros dos edifícios”, declarou o cirurgião Majid Ibrahim, no hospital Al Rahma da cidade de Darkush, no norte da Síria. O frio do inverno dificulta os trabalhos de resgate, segundo as equipes envolvidas. O balanço das vítimas tem aumentado com o passar das horas, devido ao alto número de prédios que desabaram em cidades como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu à AFP que o número de vítimas poderia ser até oito vezes maior. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou sete dias de luto pelas vítimas. “Nossa bandeira será hasteada a meio mastro até o pôr-do-sol de domingo”, informou em um tuíte. Dezenas de países ofereceram ajuda à Turquia e à Síria, onde o terremoto foi mortal porque ocorreu nas primeiras horas da manhã, quando a maioria das pessoas estava dormindo.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu a Erdogan na segunda-feira que Washington enviaria “toda a ajuda necessária” para a recuperação da Turquia. “Achamos que fosse o apocalipse”, disse à AFP a repórter Melisa Salman, que mora em Kahramanmaras, epicentro do tremor.