O movimento de migração que antes era discreto, agora se intensifica com o pula-pula de lideranças, que se agarram à possibilidade de serem pelo menos “vizinhos distantes”. Melhor do que serem “inimigos próximos” do grupo de Rui e Jero.
Um fenômeno tido como natural no meio político, a migração de lideranças para partidos que mais se adequam a sua situação política de momento, sempre foram frequentes nos períodos que antecedem eleições. O que chega a ser hilário nesse momento pré-eleitoral que precede a disputa pelas prefeituras e câmaras de vereadores em 2024, são as manobras um tanto quanto desesperadas de “certos políticos” que, após amargarem fragorosa derrota, comendo bola de pesquisas falsas nas eleições estaduais passadas, agora se agarram a deputados e líderes partidários, para que se apresentem no próximo pleito, se não em partidos da base, pelo menos em novas siglas, tidas como “vizinhas da base do governo” como é o caso do Avante, Partido Progressista, dentre outros, que recebem os “arrependidos”, no intuito de uma reaproximação.
Existem ainda, aquelas velhas raposas, que mesmo tendo apoiado escancaradamente todo o grupo que perdeu, incluindo governador e senadores, após um silêncio sepulcral, reaparecem mantendo-se no mesmo partido da base do governo, jurando fidelidade e até mantendo em cargos do governo do estado, gente que enfeitou o comitê de ACM Neto, nas eleições passadas. Intrigante? Sim, no entanto, há de se reconhecer o mérito de quem conseguiu tal “proeza”. A verdade é que esse não é um caso isolado, existe nesse momento, talvez a maior queda de braços de bastidores, protagonizada por senadores, deputados, presidentes de partidos e lideranças estaduais, que, visando já o pleito de 2026, querem logicamente “ajeitar” prefeitos ou grupos de oposição dos municípios, brigam para trazer de volta ou por adesões a Jerônimo. Isso, se por um lado enfraquece os planos carlistas, coloca no colo do jovem governador uma bomba relógio.
Do lado de quem suou a camisa, investiu tempo e prestígio para apoiar o “desconhecido” que virou Governador da Bahia, a pressão é muito maior, a chapa esquenta com os ciúmes de quem, no linguajar político/eleitoral, por direito espera apoio total e até a presença do próprio jerônimo no palanque, pedindo votos e retribuindo o que recebeu. Há quem afirme que, com algumas exceções, essa é a postura que Jero irá adotar, afinal, já declarou em público e para a mídia, que estará presente e do lado de quem acreditou no seu projeto, na sua figura antes desconhecida, pedirá votos para quem caminhou com ele desde o primeiro momento. Esse mesmo teor de declaração o governador gravou para o Jornal O Eco em entrevista. O que incomoda prefeitos e grupos aliados do interior, é a aproximação de parlamentares que dizem falar em nome do governo, arrebanhando grupos e prometendo reconciliação. Pelo visto, Jero vai ter que chegar chegando, com todos os apetrechos de bombeiro para apagar esse incêndio que se alastra.
Uma frase sábia diz que é melhor ser amigo distante do que inimigo próximo. Isso significa que no pensamento de quem busca sucesso em 2024, mesmo que sejam distantes, se conseguirem evitar inimizades e pelo menos que a tropa do governo não escancare a divisão que se estabeleceu no pleito passado, já será uma conquista na busca pelo equilíbrio da disputa municipal. Um dos habilidosos deputados que ronda a região, fechando acordos e conduzindo grupos desnorteados para partidos tidos como ‘amigos distantes’ disse que “a amizade é uma fonte de apoio, confiança e alegria, enquanto a inimizade é uma fonte de conflito, desconfiança e tristeza. Por isso, é preferível manter uma boa relação com alguém que está longe, do que uma má relação com alguém que está perto”. Filosofou comovido o parlamentar. Vale ressaltar que existem casos de opositores que não estavam no poder municipal, apoiaram a candidatura adversária e hoje, reconhecem o trabalho, apoiam o projeto do Governador e já propagam o desejo de serem prefeitos aliados. Estes serão tratados como novos líderes, sem as rusgas de quem traiu.
Com a proximidade do fim de ano e assim a deflagração oficial das eleições municipais de 2024, as articulações políticas no interior e na nossa região estão cada dia mais acirradas e as tais mudanças ou alianças já estampam manchetes diárias dos mais diversos veículos de comunicação. Há quem afirme que, aproveitando o momento propício para negociações, com o Governo Lula ampliando a sua base de apoio, parlamentares baianos na Câmara e Senado Federal, costuram parcerias antes inimagináveis, como o apoio do Partido Progressista a Sheila Lemos em Conquista, Além de viabilizar liberação de recursos aprovados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) que deferiu processo de empréstimo de R$ 160 milhões pedido pelo Município de Vitória da Conquista junto à Caixa Econômica Federal. Com isso, o PP agora é forte aliado capaz de indicar o vice na chapa da prefeita.