A polêmica já ganha repercussão e pedido deve ser reforçado com a visita do governador Jerônimo ao município.
Desde que assumiu a prefeitura em janeiro de 2021, o atual prefeito do município de Érico Cardoso, Eraldo Félix (Republicanos), tem se empenhado em trazer de volta a antiga denominação do lugar, acreditando que o ato será visto como uma reparação à história. A devolução legítima do nome de Água Quente, ganha força entre os habitantes, que segundo boa parte da população, tem tudo a ver com a identidade local. “O poção de águas termais, sempre foi a referência maior deste lugar desde os tempos da colonização. Toda a nossa história é lembrada pelos antigos e contemporâneos, que a povoação se formou próxima ao poço de Água Quente”. Diz um dos moradores da cidade.
Após 60 anos de emancipação política, ocorrida em 07 de abril de 1963, a discussão sobre a mudança no nome da cidade, ganha as ruas, ultrapassa fronteiras e chega aos veículos de comunicação que de forma um tanto discrepante, talvez por falta de subsídios confiáveis, narram o fato omitindo informações importantes e ignorando os principais personagens, cerca de 11 mil moradores, que deveriam ser consultados de forma democrática. Mesmo que não seja exigível, mesmo que porventura não tenha validade jurídica para esse fim, um plesbicito seria o início mais acertado nesse processo, decisão da maioria, que respaldaria o gestor a tocar adiante seu intento.
Informações extraoficiais colhidas pela reportagem do Jornal O Eco, dão conta de que, o prefeito Eraldo estaria aguardando o momento perfeito, a visita do governador Jerônimo, que deverá inaugurar obras no município, para reforçar o pedido. O governador, apesar de estar em um evento de gestão, não deixa de ser um político e certamente deverá referendar o pedido, para que siga os trâmites legais, provavelmente passando pelo crivo da Assembleia Legislativa da Bahia. Apesar de concordar com a mudança, toda equipe do Jornal O Eco, que há décadas atua no município, divulgando eventos festivos, culturais, cívicos, religiosos, reportagens destemidas em defesa do povo, críticas e elogios, denúncias que resultaram em fechamento de garimpos e pedreiras ilegais, enfim, acompanhamos o cotidiano desse povo bom e levando o nome do município para a Bahia e para o mundo, defende que inicialmente seja consultada a população.
Devemos registrar aqui que todas as homenagens possíveis devem ser eternizadas em memória do primeiro prefeito do lugar, Érico Cayres Cardoso, filho da terra que em seu tempo, construiu o desenvolvimento e serviu aos seus munícipes com louvor. Resgatar a história de um povo, que até os dias atuais se refere à cidade como Água Quente, preservar a memória de que a povoação se originou com os tropeiros que acampavam às margens do poção, é reafirmar também o que está nos registros oficiais, Arraial do Morro do Fogo, Arraial de Água Quente, Industrial Vila de Água Quente e com a emancipação em 7 de abril de 1963, Água Quente, é louvável. O que não se deve aceitar é fazer disso um ato de revanchismo político, para que o atual prefeito humilhe seus adversários derrotados, atingindo a honra de quem tanto fez pelo lugar e agora tripudiar diante da família honrada do velho Érico.