Líderes despreparados, que se deixam levar pela cega ambição, já nascem fadados ao fracasso administrativo e podem causar prejuízos irreparáveis à sociedade.
Não é necessário aprofundar sobre a realidade explícita de que fazer um bom governo municipal não é tarefa fácil. Os novos prefeitos, bem como os gestores reeleitos, devem possuir uma estratégia definida, tendo diálogo como principal armadura e um entendimento profundo das demandas do seu município. A imaturidade, rancores e disputas internas, já no início de uma gestão é o pior caminho a ser seguido. Afinal, governar não é incentivar ou adotar rivalidades, estas posturas estarão reservadas para as próximas campanhas. Mudança repentina de postura antes mesmo da posse, devem ser analisadas com cuidado extremo, afinal, o poder atrai “conselheiros” que em sua maioria não se esforçaram nas campanhas e após o veredicto das urnas, se apressam na aproximação, apresentando caminhos e estratégias encantadoras. Os famosos “amigos do poder” blindam ardilosamente o recém-eleito de forma tal, ao ponto de vendarem-lhe os olhos para a realidade, induzindo-o a cada dia a desviar o foco e quando o barco afunda, são os primeiros a abandonar sem nenhum remorso.
O grupo O Eco de Comunicação, há muitos anos atua também no ramo de assessoria política, possuindo a experiencia de ter convivido e testemunhado diversos exemplos que envolveram desavenças entre grupos aliados. Infelizmente, os resultados foram desastrosos para políticos, administradores e principalmente para a população das cidades em questão. Evidente que a renovação, o dinamismo na política em tempos atuais é um fenômeno natural, por consequência, a separação de lideranças se dá a cada temporada. O que estamos a nos referir como equívoco irreparável é a forma de conduzir novos alinhamentos, geralmente incentivados por pessoas que sempre viveram à margem do poder, locupletando-se em oportunidades de eventuais “rachas”. Gente que não possui qualquer liderança, empatia ou projeto para o povo, agindo na obscuridade do anonimato, são capazes de destruir líderes, utilizando artifícios tão conhecidos e que ainda cegam os que detêm o poder, blindam o político com elogios e “facilidades” inclusive para permitirem a prática de crimes de corrupção.
Infelizmente, antes mesmo das diplomações e posses, já presenciamos entraves complicados entre grupos que até as eleições estavam unidos. Entendemos que, apesar de ser natural, é necessário habilidade política, visão ampla e base sólida em todos os aspectos, para que após uma divisão de forças, o político consiga sobreviver, governar com dedicação e fortes apoios, selecionando inclusive colaboradores que de fato garantam a estabilidade, desenvolvimento e projeção para o município, beneficiando de verdade o povo e assim, esteja alicerçado para futuras vitórias, contando com amplo respaldo, agindo com a verdade e com lealdade. A mídia sempre possuiu papel fundamental nesses momentos de crise. Afinal, redes sociais próprias, autopromoção em seu perfil, além de não surtir o efeito almejado, soa como demagogo e não transmite credibilidade. No jornalismo sério, que identifica o que é correto e o que não é bom para a sociedade, a opinião possui peso decisivo, pois, o histórico de veículos idôneos, é parâmetro na busca da informação correta e confiável por parte do cidadão. Em um mundo globalizado, com uma sociedade cada vez mais exigente e antenada, manobras impensadas, omitir atos e ações, faltar com a verdade, significa a derrocada na carreira política de qualquer gestor.
A maturidade política, nesse contexto, é o que distingue os gestores que veem a prefeitura como um parque de diversões, e vai apertando todos os botões para ver o que acontece, daqueles que compreendem a complexidade da carga. Ela envolve uma capacidade de lidar com interesses diversos e de priorizar o bem comum, exigindo mais do que simples frases de efeito. É necessário planejamento estratégico, paciência e, acima de tudo, habilidade para negociar e construir consensos, sem ceder à tentativa de decisões impulsivas. E é aqui que entra outro ponto fundamental, mas frequentemente subestimado: a relação com a Câmara de Vereadores. É uma Câmara que pode permitir que você trabalhe com fluidez em uma gestão. A governabilidade depende diretamente dessa dinâmica e isso exige experiência para lidar com os diferentes interesses dos vereadores, alinhando propostas e buscando acordos. Sem maturidade política, o gestor corre o risco de transformar cada sessão da Câmara ou, o próprio gabinete, em um campo de batalha, minando a própria administração antes mesmo de começar.
Vemos gestões tropeçarem em sua inexperiência, ora por falta de diálogo, ora por decisões improvisadas que mais atrapalham do que ajudam. Não é que falte boa vontade — há até entusiasmo —, mas governar exige muito mais do que isso. É uma maratona, não uma corrida de 100 metros e nem todos percebem isso antes de cruzar o portão da prefeitura. No final, a maturidade política não é um luxo, mas uma necessidade. Sem ela, discursos vazios, conflitos com a opinião pública e legislativos, decisões impulsivas se tornam rotineiras, enquanto o progresso do município fica para um futuro que nunca chega. Governar, afinal, não é fácil para amadores. Mas, quando há consciência, sabedoria e opinião própria, cada dia é um aprendizado. Não se desfazer das sandálias da humildade é o maior segredo do sucesso. Infelizmente, muitos só aprendem isso depois dos quatro anos.