Desde a venda de 15 jatos da Embraer (R$ 17 Bilhões), até o protagonismo na transição energética do século XXI com o apoio de investimentos do Japão, foram acontecimentos relevantes que surpreenderam o mundo. “Queremos contar com a expertise japonesa, com a tecnologia japonesa, com o investimento japonês”. Disse o presidente na despedida.
No encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Japão, realizado nesta terça-feira (26) em Tóquio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso do Brasil com a estabilidade política, a retomada do crescimento econômico e a transição energética. Essas diretrizes foram destacadas como pilares fundamentais para fortalecer a relação bilateral entre os dois países.
“O Brasil é um porto seguro. Estamos consolidando com o Japão uma nova estratégia de relacionamento. Queremos vender e queremos comprar, mas, sobretudo, queremos compartilhar alianças entre as empresas japonesas e brasileiras para que a gente possa crescer juntos”, declarou Lula, ao lado do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba.
Acordos bilaterais e investimentos – Um dos grandes destaques da viagem foi o anúncio da venda de 15 jatos E-190 da Embraer para a All Nippon Airways (ANA), maior companhia aérea do Japão, com possibilidade de aquisição de mais cinco unidades. O negócio pode alcançar um valor total de quase R$ 10 bilhões. “Esse trabalho comercial que está sendo feito hoje, do governo do presidente Lula com a Embraer, tem sido importante e estratégico para o desenvolvimento da aviação brasileira”, afirmou Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos. Além da comercialização das aeronaves, o acordo também prevê iniciativas sustentáveis, como a adoção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF) pelo setor de aviação japonês, produzido no Brasil.
Parcerias para desenvolvimento tecnológico e transição energética – Durante reunião com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba, Lula destacou a importância da nova parceria estratégica entre Brasil e Japão, com foco em tecnologia, comércio e transição energética. O presidente ressaltou que a cooperação entre os dois países pode impulsionar setores-chave da economia brasileira, como a produção de etanol, hidrogênio verde e combustíveis renováveis.
“Queremos contar com a expertise japonesa, com a tecnologia japonesa, com o investimento japonês. O Brasil tem potencial para liderar a transição energética no século XXI, e o apoio do Japão pode ser decisivo”, afirmou Lula.
Compromisso com a democracia e estabilidade política – O presidente brasileiro também abordou questões políticas globais, alertando sobre os riscos da ascensão da extrema direita e o impacto na estabilidade democrática. “Estamos vendo países que simbolizavam ações democráticas sofrerem riscos de desestabilização”, afirmou.
Diante desse cenário, Lula celebrou a relação bilateral com o Japão, um país que classificou como democrático, desenvolvido e tecnologicamente avançado. O chefe do Executivo reforçou que o Brasil busca não apenas ampliar o comércio com os japoneses, mas também estabelecer parcerias industriais estratégicas. A visita de Lula ao Japão reafirma a relevância do Brasil no cenário internacional e abre caminho para um novo ciclo de cooperação econômica e tecnológica entre os dois países.