Como é de costume, esse período inicial é compreendido como um tempo de transição, necessário para ajustes de equipe, organização da casa e adaptação à máquina pública. Contudo, esse prazo terminou. Agora, com 1.340 dias pela frente até o fim do mandato, é hora de transformar planos em realizações.

Com o fim dos primeiros cem dias de governo, o tradicional “período de carência” que a população costuma conceder a prefeitos eleitos ou reeleitos, chega ao fim. A partir de agora, os olhares da sociedade se voltam com mais rigor para quem ocupa o cargo máximo do Executivo Municipal. É o fim simbólico da “lua de mel” entre gestores e governados. O tempo das promessas deu lugar à fase da cobrança por resultados concretos. Como é de costume, especialmente nas pequenas cidades do interior da Bahia, esse período inicial é compreendido como um tempo de transição, necessário para ajustes de equipe, organização da casa e adaptação à máquina pública. Contudo, esse prazo terminou. Agora, com 1.340 dias pela frente até o fim do mandato, é hora de transformar planos em realizações.

Em algumas cidades da região, já é possível observar obras, serviços e ações que surpreenderam positivamente a população. Há prefeitos que se anteciparam ao fim da “prova de fogo” e conseguiram entregar melhorias concretas antes mesmo dos 100 dias. Mas também é evidente o contraste: gestores que mal saíram do lugar, que ainda engatinham na execução das promessas, ou pior, tentam se esconder por trás de desculpas prontas, alegando travas legais, entraves judiciais ou simplesmente falta de tempo para justificar o pouco ou quase nada, que foi feito.

Em alguns casos mais extremos, a situação é ainda mais preocupante. Há relatos de prefeitos que sequer residem no município que administram, optando por morarem em outras cidades, enquanto mantêm uma rotina de viagens dentro e fora do estado, financiadas com dinheiro público, hospedando-se em hotéis luxuosos e descolando-se em veículos de última geração, adquiridos recentemente. tudo isso sem apresentar qualquer contrapartida, resultados concretos em termos de obras ou benefícios para o povo que os elegeu.

É nesse contexto que o Grupo O Eco inicia uma etapa rotineira de seu trabalho jornalístico: a realização de pesquisas de opinião pública nos municípios em que atua. Com mais de 30 anos de credibilidade na cobertura política regional, a missão da nossa equipe é simples e objetiva: ouvir o povo, registrar a verdade e revelar o que cada segmento da sociedade pensa sobre seus gestores , sejam prefeitos, vereadores ou secretários. Mais do que um termômetro político, essas pesquisas são ferramentas indispensáveis para orientar as administrações. Elas indicam onde a gestão está acertando, onde precisa melhorar, e qual é o nível de confiança da população na condução dos rumos do município. Como sempre afirmamos, nosso compromisso é com a verdade, doa a quem doer.

Cabe ressaltar que os números estatísticos, embora relevantes, são transitórios e dinâmicos. A política municipal é um campo de constante transformação. Cabe às equipes administrativas, diante dos dados, tomarem decisões estratégicas e buscarem parcerias que garantam investimentos, sempre com o objetivo de beneficiar quem realmente importa: o povo.

Nos últimos anos, um fenômeno cada vez mais comum tem chamado a atenção, prefeitos que tentam atuar como influenciadores digitais. Estão todos os dias “com a cara na tela”, em transmissões ao vivo, vídeos motivacionais e postagens para eles e seus auxiliares, “bem produzidas”. O problema não está na comunicação em si que é necessária e saudável, mas no risco de transformar o governo em uma vitrine de aparência, sustentada apenas por curtidas de uma bolha formada por apoiadores, servidores e comissionados.

Sem ações concretas, essa bolha estoura. E junto com ela, murcham reputações e prestígios que, muitas vezes, levaram décadas para serem construídos. A internet é implacável com quem aposta apenas em narrativa sem entrega. Com isso, além do desgaste da imagem, quando perceberem estarão sem argumentos nem para a continuidade do mandato, muito menos para ser “novidade nas redes” em uma eventual reeleição, ou campanha para sucessão. Será mesmo possível que tais políticos, ou seus “assessores de marketing” não perceberam quão óbvio é esse fenômeno que se avizinha?

A experiência nos mostra que o sucesso de um gestor municipal não está apenas na propaganda, mas na combinação de proficiência, humildade, empatia, planejamento, trabalho e respeito ao dinheiro público. Aqueles que mantiverem o foco no coletivo, ouvirem as demandas reais da população, livrarem-se das bajulações e enfrentarem as críticas com maturidade, têm tudo para encerrar o mandato com aprovação popular e, quem sabe, pavimentar o caminho para uma reeleição ou sucessão vitoriosa.

Como diz o velho ditado: “No começo, tudo são flores”. Mas quem quiser manter o jardim bonito até o fim do mandato, precisará regar cada dia com ações concretas, responsabilidade e, principalmente, sensibilidade com as reais necessidades de seu povo.