Mulher de 41 anos foi assassinada por pistoleiros na saída de academia na Bahia. Ex-companheiro é suspeito principal de encomendar o crime.

Na tarde da última sexta-feira (16), Dileuza de Vasconcelos Campinho, de 41 anos, foi brutalmente assassinada a tiros por dois homens em uma motocicleta, enquanto retornava da academia em Remanso, norte da Bahia. A vítima estava acompanhada de uma amiga quando foi surpreendida pelos atiradores na porta de sua casa, por volta das 17h. Dileuza não resistiu aos ferimentos e faleceu no local. A Polícia Civil trata o caso como feminicídio e investiga a possível participação do ex-companheiro da vítima, que foi levado à delegacia para prestar depoimento.

O assassinato de Dileuza evidencia uma preocupante realidade: o aumento da violência letal contra mulheres, especialmente após o término de relacionamentos. Dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em parceria com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA), revelam que, entre 2017 e 2024, a Bahia registrou 790 feminicídios, um aumento de 50% no período. Em 2024, foram 111 casos, o que representa uma mulher vítima de violência de gênero a cada três dias no estado.

A maioria dos feminicídios na Bahia ocorre dentro da residência da vítima (72,1%), e em 84,4% dos casos, os agressores são parceiros íntimos, como companheiros ou ex-companheiros . Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas eficazes para proteger mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente aquelas que encerram relacionamentos abusivos.

Além disso, o aumento das denúncias de violência contra a mulher na Bahia é alarmante. Em 2024, o Ligue 180 registrou 63.330 atendimentos no estado, um crescimento de 42% em relação ao ano anterior. As denúncias também aumentaram 11,6%, passando de 8.143 em 2023 para 9.090 em 2024 . A maioria das vítimas são mulheres negras, com idades entre 40 e 44 anos, e os agressores, em sua maioria, são companheiros ou ex-companheiros.

O caso de Dileuza, que deixa dois filhos, uma menina de 12 anos e um jovem de 21, é mais um triste exemplo da violência de gênero que assola o país. A população de Remanso expressou revolta diante do crime, que reforça a urgência de medidas eficazes para combater o feminicídio e proteger as mulheres em situação de risco.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destaca a importância do Ligue 180 como ferramenta de apoio às vítimas: “Temos investido na capacitação das profissionais que realizam o atendimento e o acolhimento das mulheres, tanto para a informação sobre direitos e serviços da rede, como para o correto tratamento e encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, aumentando a confiança no canal”

É fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para enfrentar essa realidade, promovendo a conscientização, o apoio às vítimas e a implementação de políticas públicas que garantam a segurança e os direitos das mulheres.