A história se repete mais uma vez nas serras de Rio de Contas e região. A grande seca que assola o município está propiciando a ocorrência de grandes incêndios em áreas de nascentes e de proteção ambiental, a exemplo da APA Serra do Barbado que engloba os municípios de Rio de Contas, Jussiape, Abaíra, Rio do Pires, Piatã e Érico Cardoso.
De natureza criminosa ou no mínimo sem avaliar as consequências, essas queimadas poderá provocar num curto espaço de tempo um colapso hídrico sem precedentes na região. Aliado a um dos menores índices pluviométricos das últimas décadas a barragem Engenheiro Luís Viana Filho, em Rio de Contas, chegou ao seu nível mais baixo. Deve-se considerar também que ao longo dos anos a sedimentação, que é acúmulo de terras e outros materiais, faz diminuir a sua profundidade e consequentemente, menor acúmulo de águas.
Para Ana Paula Soares, gestora da APA Serra do Barbado, não resta dúvidas quanto a origem criminosa do fogo. Informa ainda que, o dano pode ter chegado a 20 mil hectares de área consumida pelo fogo. Para termos uma noção, a APA possuí em torno de 63 mil hectares, e excluindo a área agrícola e de habitação, a zona de proteção rigorosa deve possuir 25 mil hectares. Foi exatamente essa área a mais atingida por este incêndio. A zona de proteção rigorosa é a área mais preservada, desabitada e que serve como repositório de biodiversidade, de nascentes e de beleza paisagística.
O atual foco começou entre a região de Arapiranga e Mato Grosso, na região do rio da Lavra Velha tendo seu foco se esparramado em direção ao Bittencourt. A região devastada representa o que havia de mais preservado na APA Serra do Barbado e o fogo está se alastrando nas direções do Pico do Itobira, da Serra do Barbado (ponto mais alto do nordeste brasileiro) e para a região de Catolés, distrito de Abaíra. 
15 brigadistas do município estão atuando nos combates aos focos de incêndios e o governo do Estado mandou 12 bombeiros e um helicóptero para auxiliar o trabalho.