Infelizmente uma das notícias que nenhum sertanejo gostaria de ver publicada, reservatórios imensos com capacidade de armazenamento de milhões de metros cúbicos, secando por completo como ontem noticiou o site mandacaru da serra de Livramento, a Barragem do Paulo está completamente seca.

O “Açude do Paulo”, entre os municípios de Livramento de Nossa Senhora e Dom Basílio, no sudoeste baiano, está morto e começa a ser tomado pelo mato. Morreu pela mesma causa que hoje ameaça a Barragem Luis Vieira, em Rio de Contas: o uso abusivo e clandestino da água.
Destinado a irrigar 1.500 ha, em Dom Basílio, ele tem capacidade para 53 milhões de m³, mas o máximo que acumulou, em 2000, foi 17 milhões de m³. Além da chuva, dependia de outras estruturas, como a transposição dos rios Taquari e Vereda, cujo projeto ficou nas promessas políticas.
Indícios apontam para ações predatórias e, em 2009, já estava seco. O próprio DNOCS, tardiamente, em 2012, flagrou três bombas de sucção instaladas acintosamente dentro da barragem. Pareciam “pontes de safena”, levando água para outras bombas, a vazante do Rio do Paulo.
Os predadores foram denunciados à polícia, aos órgãos ambientais e ao Ministério Público, mas não houve providências. A água secou totalmente, os motores e as bombas sumiram, ficando apenas vestígios, como a fiação elétrica que os alimentavam e um cano grosso, ainda intacto no local.
Foi seguindo a trilha desse cano que o repórter constatou que a água era levada para ser sugada por outras bombas, no leito do mesmo rio, a mais de três quilômetros de distância, indo parar em lavouras da região, principalmente plantações de manga. Se nada for feito, esse tende a ser também o destino da Barragem Luiz Vieira, em Rio de Contas e também a Barragem do Zabumbão em Paramirim, enquanto estiverem preocupados com irrigação, regos e direitos de proprietários, sem se importarem com a preservação do reservatório que é prioritariamente para consumo humano.
Com Informações e fotos: mandacarú da Serra