Desde algum tempo, o município de Rio do Pires vem registrando ocorrências de brigas, agressões e violência, envolvendo a população e agora até a Polícia Militar, que no intuito de apaziguar acabou se envolvendo diretamente na confusão.
É notório em toda a região, que a cidade de Rio do Pires perdeu a sua paz cotidiana, desde a campanha política do ano passado, quando se registrou no município, transgressões, abusos de autoridade e muitas brigas por conta do pleito municipal. Denúncias de fontes que não querem se identificar, dão conta de que, pelo fato de a Prefeitura colaborar com ajuda de custos a policiais ali lotados, elementos ligados ao poder municipal, buscam interferir no trabalho da polícia, o que acaba gerando tais fatos lamentáveis como o ocorrido no último final de semana.
Segundo o que notíciou a mídia regional, apurou-se junto a Delegacia de Polícia da cidade de Paramirim, detalhes da ocorrência que teria "acontecido por volta das 23 horas deste sábado (18), quando dois policiais militares da cidade de Rio do Pires foram atender a uma solicitação de populares, na praça da igreja Matriz daquela cidade, cuja denuncia era perturbação do sossego (som alto). Quando a policia chegou ao local, um vereador e mais dois homens teriam ofertado resistência ao pedido dos policiais, passando a desobedece-los. A partir daí, iniciou um enorme desentendimento".
Exatamente esse o clima reinante na cidade, onde partidários rivais, ainda se enfrentam por conta de insatisfações geradas com os fatos ocorridos durante o período eleitoral.
Informações dão conta de que o soldado Ricardo teria tentado imobilizar um dos homens, quando então foi agredido pelo vereador, com socos e chutes. O Policial teria caído e mesmo ferido sacou a arma e atirou na perna de dois dos agressores: Max Well de Azevedo Marques e Arnaldo Borges do Nascimento.
Notícia triste e lamentável, que somente contribui para manchar a imagem de uma cidade pacata, de gente do bem, agora estampando as páginas da mídia, com problemas de ordem da segurança, chegando a lutas corporais e até agressões com armas de fogo. Isso é muito negativo. Faz-se necessário que haja intervenção do comando da PM, bem como de demais autoridades, para punir os culpados e também apurar de forma imparcial tais denuncias de que o poder municipal estaria interferindo na ação da polícia.
Ainda segundo informações, Noga teria conseguido tomar a arma do policial que estava caído e, segundo depoimento do PM, o vereador tentou atirar no soldado, mas não conseguiu, visto que a arma estava travada. O soldado Dielton, que também estava na diligência, conseguiu reverter à situação, recuperou a arma do colega e guardou dentro da viatura. Porem, ainda segundo a versão dos depoentes o vereador Noga teria subtraído a chave da viatura policial e, no momento em que Dielton tentava solicitar apoio, o vereador, de posse da chave, abriu a porta da referida viatura policial, pegando novamente a arma da policia e ainda teria ligado o giroflex, numa ousada tentativa de chamar a atenção e tentar desmoralizar o trabalho da polícia.
Informações ainda dão conta de que populares envolvidos na grande confusão, tentaram atear fogo na viatura, por ter sido esta liberada pelo governador através do grupo da oposição, porém, alguns moradores impediram a consumação desse intuito.
O resultado de tamanho desentendimento foram pessoas e policiais feridos, sendo que o soldado Ricardo, além dos acusados Max Well e Arnaldo, foram levados para o Hospital Municipal de Paramirim, tendo o vereador Noga evadido do local. Os depoentes informaram que o edil ao deixar a confusão, levou consigo a arma da PM, fato que está sendo apurado.
Diversas diligencias com viaturas da PM, aconteceram neste domingo na sede e área rural do município de Rio do Pires, em busca de localizar o vereador e também na tentativa de recuperar a arma que a polícia acredita estar em seu poder. A Delegada Maria Helena Tenório Teixeira, lavrou o ato de prisão em flagrante de Max Well e Arnaldo, estando aguardando a localização do vereador para dar prosseguimento ao inquérito.
Acreditamos que esse fato, pelas suas particularidades, pela imensa gravidade que aterrorizou a população, além das fortes suspeitas de interferencia política local, deverá chegar ao conhecimento do Secretário de Segurança Pública da Bahia, que por sua vez, deverá acompanhar de perto o desenrolar, bem como, pedir que se investigue cada detalhe do ocorrido.