A frase "a oposição não encorpou" dita pelo governador Jaques Wagner na semana passada revela que a expressão teria duplo sentido se levada ao pé-da-letra diante dos nomes postos à sucessão estadual, em 2014. 

Wagner está correto ao comentar que a oposição não ganhou corpo, não se robusteceu ao longo desses dois últimos anos e três meses, e diria que até mingou em termos de representação legislativa. Mas, a frase também pode ser aplicada ao PT, pois, este partido, a despeito de governar a Bahia nesses últimos 6 anos, também não encorpou, e os 4 nomes apresentados à sucessão de Wagner estão longe de ter o mesmo carisma do governador.
Daí que, a frase dita por Wagner vale para oposição e situação, entendendo-se situação como o PT, partido que terá a preferencial na cabeça da chapa, em 2014. 
Essa frase só não se aplicaria à base do governo, aí entendendo-se os partidos aliados, do vice-governador Otto Alencar (PSD), da senadora Lidice da Mata (PSB), do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT) e do ex-prefeito de Salvador, João Henrique (PP), os quais, a exceção de Otto, já se posicionaram como pré-candidatos a governador. 
Mas, nenhum desses candidatos teria a cabeça da chapa com Wagner, pelo menos em 1º turno, porque o PT é o preferencial, tem candidato natural.
Ademais, essa base se modificaria, caso o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) saia candidato a presidência da República, o que obrigaria o PSB baiano a segui-lo com Lidice da Mata ou Eliana Calmon, candidatas a governadora (Eduardo prefere Eliana) e aí seria oposição ao candidato petista no estado; e ninguém no meio politico acredita que o PP dará legenda a João Henrique, como candidato a governador, colocando um dos seus deputados preferências (Mário Negromonte e/ou João Leão), na chapa organizada por Wagner. 
Admitir que Wagner colocará Otto na cabeça seria ingenuidade, assim como se achar que Otto se lança candidato a governador sem o beneplácito de Wagner.
Mas, afinal, quem seriam os nomes do PT e da oposição? 
No PT, 4 pré-candidatos disputam a indicação: o senador Walter Pinheiro, os secretário Rui Costa e Sérgio Gabrielli, e o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano.
Cada qual tem sua característica e o que mais se aproxima de Wagner, em articulação politica, é Rui Costa, do Reencantar. Nenhum deles tem o carisma de Wagner. Pinheiro é tido como personalista e integra a Democracia Socialista (DS), não simpática diretamente a Wagner/Lula. Sérgio Gabrielli, do Construindo um Novo Brasil seria o nome de Lula, mas, não tem empatia junto ao eleitrado e sua gestão na Petrobras é um fardo; e Luiz Caetano (grupo Independente) é o menos articulado, internamente, no PT, e mostrou na última eleição em Camaçari métodos nada democráticos.
Na oposição, o nome mais "encorpado", para usar a expressão de Wagner é Geddel Vieira Lima. Ainda assim, o que se nota é que, embora a campanha propriamente dita só comece em julho do próximo ano, de fato, não há sinais de uma maior empatia da população com Geddel. Parece-nos, que na hora oportuna, Geddel falará para segmentos da população que estariam carentes de uma voz, assim como aconteceu na capital com ACM Neto. 
E Geddel seria essa voz? Há dúvidas de como ele se organizará junto à classe média das grandes cidades, independente de, hoje, no eleitorado dos municípios menores, não ter a força que teve, em 2010, com o Ministério da Integração Nacional.
Um nome no DEM competitivo, não existe. E, ACM Neto não cometerá a loucura de deixar a Prefeitura de Salvador para entrar numa aventura dessa natureza, salvo se fosse por aclamação. Mas, isso não existe em política.
O PSDB cita João Gualberto, ex-prefeito de Mata, e o deputado Antonio Imbassahy. O primeiro seria apenas para marcar posição; e o segundo, ninguém acredita que ele deixe o carto (deputado federal) pelo duvidoso (governador) salvo se conseguisse construir uma candidatura em 12 meses, o que parece pouco provável. Mas, ainda assim, Imbassahy seria um nome que pode empolgar a classe média das grandes cidades.
Os outros dois nomes seriam João Henrique, PP, atolado em problemas nas prestações de suas contas e com a imagem bastante desgastada, teria deixado um rombo superior a R$600 milhões na Prefeitura, e que teria que conseguir um novo partido, talvez o PTN, que João Bacelar, seu presidente, sequer consegue "segurar" os vereadores na Câmara da capital; 
E Lidice da Mata/Eliana Calmon, pelo PSB. Eliana Calmon é uma out-sidder que não acredito que vingue e/ou empolge o eleitorado; e Lidice está entre a cruz e a caldeirinha, pois, foi eleita graças a Wagner e deve esse contencioso. Lançar uma candidatura de oposição autêntica, seria improvável. E, se for fazer o jogo duplo, se fera.
Demais nomes de outros partidos não são competitivos e fazem apenas número.