Foi condenado ontem (23), em Júri Popular, a 20 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado o criminoso confesso Uilton, que relatou detalhes do crime bárbaro executado por ele, em troca de dinheiro e drogas.
Uilton, que saiu do Fórum diretamene para a cadeia, confirmou que matou a criança de oito anos a mando do próprio pai, que se negava a pagar a pensão alimentícia no valor aproximado de R$ 40,00. Tendo atraído a vítima para um matagal, asfixiou com cadarço e em seguida com um saco plástico, numa demonstração de frieza e monstruosidade para com uma vítima indefesa de 8 anos de idade.
O Presidente do Juri, Dr. Martinho Ferraz da Nóbrega Filho, proferiu a sentença determinando a pena ao réu, por homicídio e ocultação de cadáver, devendo cumprir pena na penitenciária Lemos de Brito em Salvador.
Representaram a acusação, a Promotora de Justiça Drª Rita Bezerra Cavalcanti e o advogado assistente Dr. Adeilson Pimenta, foram contundentes nos discursos e apresentação de provas, pedindo aos jurados, a condenação do réu, uma vez que, o mesmo tinha consciência do ato criminoso que praticou. Explanaram com precisão a frieza do criminoso que inclusive esteve presente no velório e sepultamento do menor, a pedido do mandante do crime, o pai da criança, para despistar e não levantar suspeitas. Ambos, segundo os autos chegaram ao ponto de auxiliar a comunidade à busca do corpo da criança, que só foi encontrado no fim de tarde do dia seguinte ao crime.
Segundo informações do bacharelando de direito Lucas Iago, que acompanhou todo o Júri, a defesa do réu, composta pelos advogados Dr. Roque José Pereira e a Drª Osvira Larissa Silva Xavier, foi muito competente em sua tese, porém, a alegação de que foi negado o exame de sanidade mental, bem como a alegação de que o réu agiu sobre efeito de álcool e drogas, não foi acatada pelos jurados, que também em sua maioria, recusou o argumento de que o réu poderia ter problemas mentais, o que o incluiria na condição de imputabilidade.
"Uma brilhante batalha jurídica, culminando com a condenação do acusado, tendo lhe ofertado todos os direitos de defesa. Um processo transparente e muito bem conduzido, que nos faz crer que a justiça avança em qualidade e eficiência no nosso sertão" declarou o estudante de direito.
Vale destacar a surpreendente participação da comunidade no salão do Júri, que durante todo o dia, acompanhou atentamente os trabalhos e sua conclusão. Atitude que mereceu elogios da Promotora de Justiça Dr. Rita Bezerra, que observou isso em suas considerações finais.
Informações e Fotos: Macaubasonoff