A memória do eleitor baiano ainda guarda com nitidez o que ocorreu em 2022, quando a maioria dos institutos, inclusive o Paraná Pesquisas, apontava ACM Neto como favorito disparado, o desfecho foi um resultado completamente diferente
Mais uma vez, as pesquisas eleitorais trazem ACM Neto (União Brasil), como líder absoluto na corrida pelo governo da Bahia. O levantamento, realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas e divulgado nesta segunda-feira (24), aponta que o ex-prefeito de Salvador detém 17,5% das intenções de voto na pesquisa espontânea e chega a expressivos 52% quando os nomes dos candidatos são apresentados aos eleitores. No entanto, o histórico recente das eleições no estado, levanta um questionamento inevitável: devemos confiar cegamente nessas projeções?
A memória do eleitor baiano ainda guarda com nitidez o que ocorreu em 2022, quando a maioria dos institutos, inclusive o Paraná Pesquisas, apontava ACM Neto como favorito disparado. O desfecho foi um resultado completamente diferente do que apontavam as referidas pesquisas, com a vitória de Jerônimo Rodrigues (PT), contrariando as previsões e expondo a fragilidade de projeções feitas com muita antecedência e baseadas em metodologias questionáveis.
Os números divulgados agora repetem o padrão de quatro anos atrás. Em um cenário espontâneo, onde os eleitores manifestam sua preferência sem a apresentação de nomes, ACM Neto lidera com 17,5%, seguido por Jerônimo Rodrigues, atual governador, com 9,1%. Já no cenário estimulado, ACM Neto amplia sua vantagem para 52%, enquanto Jerônimo aparece com 27,4%. João Roma (PL) e Kléber Rosa (PSOL) somam juntos menos de 10% das intenções.
Entretanto, é impossível ignorar a discrepância entre esses levantamentos e a realidade percebida no interior da Bahia. Nos pequenos municípios, onde a dinâmica eleitoral é distinta e a relação entre candidatos e eleitores é mais próxima, os resultados das pesquisas independentes apontam cenários bem diferentes dos propagados pelos grandes institutos.
É evidente que as pesquisas de intenção de voto têm seu valor e são ferramentas importantes para aferir tendências, mas quando as projeções se mostram repetidamente equivocadas, cabe ao eleitor se perguntar: a quem interessa esse favoritismo precoce? Ao longo dos próximos meses, a movimentação política e a atuação dos candidatos serão os verdadeiros termômetros da disputa. Até lá, o ceticismo se faz necessário para não cair no erro de tomar como verdade um roteiro que já se provou falho no passado.
Intrigante é que o mesmo levantamento indique favoritismo estourado de Rui e Wagner para as vagas no senado federal pela Bahia. Segundo o estudo, em uma situação estimulada, quando cada candidato poderia citar até dois candidatos ao senado, Rui Costa ficou em primeiro lugar com 43,8% das intenções de voto, seguido por Wagner com 34%. Em seguida, ficou João Roma com 24,6%, Dr. Raissa Soares com 11,2%, Angelo Coronel com 11%, Adolfo Viana com 7,4%, Márcio Marinho com 6,7% e Marcelo Nilo com 5,3%. 4,7% não sabe ou decidiu não opinar. Vai entender!