O presidente Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (11) a extinção do seguro obrigatório do trânsito, o DPVAT; e também o das embarcações, o DPEM.

Mais uma medida que impacta diretamente, de forma devastadora na vida dos pobres no Brasil, afinal, esse era o único seguro que garantia pelo menos um velório digno, um auxílio a familiares das vítimas de acidentes automobilísticos, independentemente de estarem a bordo dos veículos ou vítimas de atropelamento.

A insensibilidade do atual governo chega aos extremos da irresponsabilidade, adotando medidas que deixam a mercê exatamente os que mais necessitam. Sob a desculpa de que a medida vai gerar economia e um reembolso bilionário aos cofres públicos. Bolsonaro ignora que irá sobrecarregar ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS). Sem falar que afetará famílias inteiras de vítimas de acidentes, boa parte trabalhadores, arrimos, cujos dependentes deixarão de receber as devidas indenizações.

De acordo com a Seguradora Líder, gestora do DPVAT, no primeiro semestre de 2019 foram pagas: 18.841 indenizações por morte; 103.068 indenizações por invalidez permanente; 33.123 indenizações para despesas médicas. São cerca 300 mil famílias que ficarão desamparadas todos os anos, sem as indenizações apropriadas nesses momentos tão difíceis.

O presidente Jair Bolsonaro assinou sem nenhuma demonstração de remorso, nesta segunda-feira 11, a medida cruel provisória que acaba com o seguro obrigatório DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de via Terrestre) e o DPEM (Seguro de Danos Pessoais Causados por Embarcações ou por sua carga) a partir de 2020.

Vale ressaltar que o DPVAT indeniza qualquer pessoa vítima de acidente de trânsito dentro do território nacional e está previsto na lei desde 1974. O DPEM, desde 1991. O pagamento do seguro é obrigatório e deve ser feito por todos os portadores de veículos e embarcações, mesmo que elas não carreguem passageiros. Quem ganha com isso? As seguradoras particulares, ou seja, os grandes bancos e financeiras que passam a engordar seus cofres. Quem almejar um seguro de vida no trânsito, vai ser obrigado a pagar ao barões do sistema financeiro. Avança Brasil!