Do: Correio24horas

(Foto: Max Haack/ Agência Haack)

Feliz e querendo "comemorar o sucesso do Carnaval 2017", o prefeito de Salvador, ACM Neto, fez um balanço do evento na noite desta terça-feira (28), último dia oficial da folia. "Estamos extremamente satisfeitos com a parceria com a Skol e fizemos o melhor Carnaval de todos os tempos em termos de patrocínio da cidade e sobretudo de satisfação do cidadão na rua e também dos ambulantes que têm importância grande nesse período do ano", disse ele durante entrevista à imprensa no Camarote Skol, na Ondina, próximo ao Morro do Gato.  
 
Segundo ACM Neto, além dos recursos financeiros, a parceria com a marca – que irá durar mais três anos e está vinculada a outras festas do calendário da cidade – foi fundamental para se pensar novos produtos e formatos do Carnaval, a exemplo do Pipoco, espécie "de esquente" para a folia que aconteceu na véspera da abertura oficial, e do Palco Skol, montado no Farol da Barra e que recebeu shows de grandes nomes da música baiana e brasileira durante todos os dias de folia, sempre após a saída do último trio.
 
Carnaval 2017
 
"Na terça-feira (21) nosso Pipoco foi literalmente um pipoco, um sucesso. Havia preocupação de muita gente, havia questionamento, mas foi uma coisa extraordinária, começamos o Carnaval com pé direito. O sucesso do Palco Skol na Barra deu uma outra vida ao Carnaval da Barra durante todo esse período de festa, garantindo que o folião pudesse continuar aproveitando, se divertindo", comentou. As duas iniciativas, inclusive, já estão garantidas para o Carnaval do ano que vem.
 
Durante a entrevista, o prefeito também falou sobre os mais de dez dias de festa e os transtornos causados à cidade, sobretudo aos moradores da Barra, nesse período. "Temos de ter um cuidado com o morador, sobretudo da Barra, que está passando por alguns apertos, mas eu acho que isso faz parte do planejamento do Carnaval de 2018. Vão vir novidades, eu estou conversando com minha equipe, mas são coisas embrionárias, que a gente ainda tem de amadurecer e não dá para antecipar", disse.
 
(Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)
 
O Furdunço, que reuniu mais de 1 milhão de pessoas no bairro no último domingo antes do Carnaval, foi encarado pelo prefeito como um sucesso que precisa de ajustes. "Léo Santana e BaianaSystem que estouraram tinha registrado os projetos dele no Furdunço antes disso. Então, você tinha duas atrações mais procuradas do Carnaval nesse dia de pré-Carnaval. A ideia do Furdunço não é ser mais um dia de Carnaval. É bom deixar claro isso. Mas houve esse elemento muito próprio do que aconteceu esse ano. Nós vamos preparar para o ano que vem, para o domingo, uma estrutura mais ampla, em relação à segurança, inclusive", finalizou. 
 
Para ACM Neto, o grande desafio agora é desafogar o Circuito Dodô (Barra-Ondina) e reverter o esvaziamento de público no Circuito Osmar (Centro). "Esse é um dos elementos que nós vamos trabalhar para o Carnaval de 2018. Quando eu fortaleci o Carnaval dos bairros foi justamente para equilibrar melhor a cidade", avaliou. 
 
Para isso, além das conversas com artistas, empresários e investidores do Carnaval, a prefeitura irá investir recursos financeiras em pesquisas tanto no estado, quanto fora. A ideia é desenhar um modelo ainda mais aperfeiçoado para 2018. "O Carnaval vem se transformando e nós do poder público temos tentando entender qual é o sentimento do folião para oferecer isso para ele", finalizou ACM Neto.    
 
Confira outros pontos comentados pelo prefeito durante a entrevista desta terça (28):
 
Segurança
"Se você fizer uma comparação em relação ao ano passado nós tivemos uma redução de 25% nos incidentes que geram uma tensão mais especial por parte de segurança pública e de saúde pública do município. O que a gente observa é que há uma pressão muito grande aqui no Circuito Dodô (Barra-Ondina). Muito por conta de um certo esvaziamento do Circuito Osmar (Centro). Esse é um dos elementos que nós vamos trabalhar para o Carnaval de 2018. Quando eu fortaleci o Carnaval dos bairros foi justamente para equilibrar melhor a cidade. Então, a gente percebe que houve uma demanda acima do que já havia sido registrado aqui – em relação ao número de pessoas – e ano que vem vamos tentar encontrar meios para tentar dar mais força ao Circuito do Centro. Porém, no geral, a gente identifica uma redução de quase 25% dos casos mais graves que envolvem a segurança pública.  
 
(Foto: Evandro Veiga/ CORREIO)
 
Houve um registro (de violência envolvendo policial) no começo do Carnaval e depois as coisas se normalizaram. A gente não pode julgar a polícia. Imagine o que é o sujeito estar trabalhando em uma pressão dessa, para essa multidão, tendo que garantir a segurança de todo mundo. É claro que em uma festa com mais de 2 milhões de pessoas na rua sempre vai haver algum tipo de incidente, mas, em geral, eu acho que a postura da polícia foi exemplar, como também da Guarda Municipal. E nós orientamos muito a Guarda, que está na rua, para que ela tivesse uma postura muito tranquila. O mesmo com os agentes de trânsito. Agora, é uma pressão e sempre diante da pressão pode haver alguns excessos, que são sempre exceções, nunca a regra do trabalho da polícia.
 
É bom registrar que a questão de segurança pública deve ser respondida oficialmente pelo Governo do Estado e pela Secretaria de Segurança Pública. O que eu ouvi do secretário é que todos os casos serão apurados e os esclarecimentos serão prestados com toda publicidade e transparência ao cidadão. É importante destacar que são casos pontuais. Se a gente for examinar há uma redução dos problemas de violência na cidade. O episódio do La Furia, ao que parece, foi uma disputa de facções. No entanto, eu não tenho os elementos com profundidade para apresentar a vocês. Eu preciso primeiro aguardar as conclusões das apurações da segurança pública para sabermos de fato o que aconteceu".
 
Carnaval sem cordas
"O que a gente percebe é que as pessoas estavam desejando muito espaço na rua, então a gente conseguiu nesses últimos cinco carnavais ir ampliando o espaço das pessoas na rua. Então é importante dizer e eu falo com muita tranquilidade porque quem inventou isso do folião pipoca, do trio sem cordas, fomos nós. Não dá para gente tratar os blocos de maneira preconceituosa. Els geram emprego, eles geram renda, são um produto importante para o turista que quer vir para cá. Não dá para demonizar os blocos de jeito nenhum. Agora, é importante harmonizar o lugar do bloco, do folião pipoca, dos camarotes. Só é importante dizer que nós ajudamos a baixar as cordas do Carnaval de Salvador".
 
Artistas de fora
"Sobre artistas de fora, a Prefeitura não pagou nenhum artista de fora da Bahia. Todos os artistas que pagamos são baianos. Mas não posso impedir que blocos e camarotes tragam. Seria uma censura, que nada tem a ver com o nosso Carnaval".