Longe de criticar outros Institutos que realizam esse tipo de atividade, o grupo O Eco volta a alertar para que políticos não caiam em ciladas, à exemplo das eleições anteriores, quando prefeitos não se reelegeram por confiarem em números fabricados pra agradá-los.
Voltar ao assunto da antecipação de disputas locais, acirramento de pré-campanhas, inclusive ferindo uma série de regras eleitorais que podem custar muito caro para determinados pré-candidatos, é chover no molhado, pois diversas matérias já foram publicadas pelo jornal O Eco e outros veículos e ao que parece, com a chegada do fim de ano e a ansiedade acima da razão, tem feito com que coisas gravíssimas aconteçam nesse período de pré-campanha. A sorte, é que, talvez por serem mal assessorados, adversários não tenham se atentado para registrarem os movimentos nas redes sociais e até fisicamente, documentando atas notariais e formulando denuncias ao TSE, o que comprova violação de regras e pode inclusive cassar tais pré-candidatos se porventura eleitos.
Um outro posicionamento completamente equivocado na visão de especialistas em assessoria política, é o excesso de confiança em pesquisas de avaliação e intenção de voto, cujos Institutos são patrocinados por deputados, que na maioria das vezes, apresentam números fantasiosos, longe da realidade, com o objetivo de agradarem prefeitos e pré-candidatos. Já vimos esse filme em eleições anteriores, infelizmente até prefeitos experientes se deixaram levar pela empolgação de momento e acabaram por perderem as eleições. Nada contra a contratação de empresas comprovadamente idôneas para uma comparação dos trabalhos realizados. O que nos preocupa é a forma sorrateira de “alguns pré-candidatos” e seus deputados, que menosprezando os trabalhos do Grupo O Eco, preferem os “institutos de fora”, inclusive um tido como famoso, que errou feio e derrotou políticos da região em 2020.
Por fim, já era aguardado também a postura mais temida antes mesmo de se iniciar o ano eleitoral, políticos blindados por “assessores inexperientes”, o famosos babões, que de tanta estupidez, já buscam demarcarem território com as armas que possuem, afastando lideranças, gente que pensa a política há anos, para que não se aproximem e orientem bem os pré-candidatos. Lamentável perceber que a velha e já batida frase “você começa a perder quando acha que já ganhou”, esteja tão em evidência nos dias atuais, antes da virada do ano, quando o bicho pega pra valer e somente os fortes e bem assessorados sobrevivem. Político que não consegue se livrar de bajuladores antes de uma campanha, certamente estará fadado a saber menos que o necessário, desconectar-se da verdade e navegar à deriva, guiado por cegos, que sequer enxergam a dimensão do buraco que estão conduzindo o seu chefe.
Apesar do clima eleitoral, em geral, não há irregularidade em fazer discussões políticas neste ano. A pré-campanha permite a interação com a população. Só não é permitido falar que é candidato ou distribuir panfletos, símbolos ou números que insinuam isso ou o pedido de votos. Outro ponto é caso seja comprovado que recursos públicos estejam sendo utilizados para esse fim. Deputados e demais políticos de um grupo são parceiros importantes. No entanto, está comprovado que um deputado vai desejar que a liderança local, prefeito, pré-candidato, permaneça na política, ganhando ou perdendo. Daí o medo de se repetirem os episódios de pesquisas viciadas, que acomodaram candidatos exatamente na hora de acelerar a campanha. Se você ganhou uma pesquisa de um deputado interessado na sua permanência na política, seria bom uma contraprova com o instituto que você confia. Fica a dica.
A pré-campanha é uma oportunidade colocada pela Justiça Eleitoral para que aspirantes a cargos públicos, que nunca disputaram uma eleição, possam construir minimamente sua reputação e ter mais igualdade na disputa com políticos veteranos em franca campanha de reeleição. Se você desperdiça esse tempo, dificilmente vai conseguir se projetar apenas nos 45 dias de campanha. Não existe fórmula mágica de sucesso para uma candidatura eleitoral. É um trabalho de construção ou reforço de imagem, de ideias, de propostas, de valores… É gerar empatia e conexão com as pessoas a ponto de, lá na frente, elas acreditarem que você merece a confiança do voto. E esse trabalho começa na pré-campanha, aliás, ela existe para isso.