O que sobrou em ousadia e coragem ao ex-prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), com dois anos de mandato candidatar-se a governador e ser eleito por um partido cujo candidato a presidente foi um fracasso, faltou ao prefeito de Salvador, ACM Neto, DEM, em candidatar-se a governador da Bahia para enfrentar Rui Costa (PT). As razões que levaram Neto a não candidatar-se ele já as deu, sem convencimento aos seus correligionários, mas, deve ser respeitada.

Em nossa opinião ele cometeu um grave erro político e Rui além de reeleger-se governador fortaleceu-se no estado e poderá, em 2020, o PT e aliados conquistarem a capital pela primeira vez, Feira de Santana, e reconquistarem Vitória da Conquista, embora, cada eleição tenha a sua própria história e ainda ser cedo para esse tipo de análise. Mas, pelos números atuais, verificando-se a expressiva vitória de Rui e Haddad em todos esses municípios, podemos arriscar que essa é a tendência atual.

Uma coisa parece consensual no meio político: se ACM Neto tivesse mantido sua candidatura a governador poderia ter sido eleito e/ou se não fosse, certamente venderia caro a derrota para Rui Costa, saindo fortalecido como liderança maior da oposição baiana. Na possibilidade de Neto candidato ter bolsonarizado como fez Dória, Rui passaria por maus bocados. Agora é tarde. Já aconteceu.

As urnas já roncaram e agora é a fase de analisá-las e fazer mudanças nas equipes administrativas e no direcionamento político. A oposição está enfraquecida na na Bahia, como também na Assembleia e Alan Sanches (DEM) é um bom nome para líder desse bloco minoritário. No bloco da Maioria, o nome mais cotado é o de Rosemberg Pinto, deputado mais votado do PT, também pleiteando a presidência da Casa.

O prefeito ACM Neto deve mexer na equipe e fortalecer o vice Bruno Reis, seu provável candidato a prefeito, em 2020. No PT e aliados há vários nomes, mas, em franca ascensão, estão Fábio Vilas Boas e Walter Pinheiro. A possibilidade de aparecer uma terceira via é remota desde quando Lídice da Mata a sepultou-a em 2015.

Mas, de repente pode surgir um novo na onda bolsonarista se ela ainda existir em 2020. Lembrando que Bolsonaro agora passa a ser vidraça e tudo dependerá da atuação do seu governo.

A Bahia, ao que tudo indica, não dá sinais de uma terceira via como aconteceu com Minas Gerais e Romeu Zema, do Partido Novo. Lidice e Alice se juntaram ao PT. O PSOL não tem nomes. Repete Marcos Mendes há anos. O Partido Novo? ainda é uma interrogação. O PSDB minguou. Tinha 3 deputados federais e agora só tem um. MDB acabou. Então, ao que tudo indica, segue-se a disputa PT x DEM doravante.