“Sem a devida confiabilidade no dizer como as coisas são, estaríamos todos condenados à incompreensão geral de como movimentar-se no cotidiano.

Seria impossível habitar um mundo no qual as informações falsas guiariam as escolhas das pessoas, desde as mais simples, daí a necessária participação dos jornalistas na vida de cada um de nós, celebrando-se a concessão do Prêmio Nobel a dois profissionais de imprensa.

Sem a devida confiabilidade no dizer como as coisas são, estariam todas e todos condenados à incompreensão geral de como movimentar-se no cotidiano, dada a incessante confirmação de todo e qualquer ato, tornando-se inviável o convívio.

A conquista dos dois colegas pode ser ampliada a quem decidiu dedicar-se ao dever, considerando exercê-lo com total doação, se e somente se incorporado ao ser, em seu grau ontológico profundo e iniludível, pois a notícia raramente permite antevisão.

Relevante torna-se o duplo laurel quando verifica-se o combate ao princípio básico do jornalismo, o compromisso capaz de uni-lo à filosofia, pois a aversão à mentira seria uma boa razão para viver e morrer visando cumprir a missão.

Renegada pelos extremistas, de um lado e outro, encontra-se a profissão posicionada como poder moderador, capaz de alcançar o equilíbrio, preservando sua inclinação original de permitir às diversas vozes manifestarem-se, em diapasão plural de proporcionalidade.

O crescimento da indústria de proposições enganosas, mediante a expansão do negacionismo, aumenta a importância da sabedoria estratégica por parte das redações de todas as mídias, como fieis guardiãs do conhecimento.

Sem exagero, seriam as organizações jornalísticas suplemento inseparável das legiões de boa intenção, hoje em enfrentamento contra os propagadores de intolerância e ódio, alcançando o brinde aos felizes premiados a dimensão de reforço contra a maldade.

Maria Ressa, de Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, servirão de referência a equipes de trabalho jovens e veteranas, no sentido de defender a liberdade de expressão e o avanço do processo civilizatório, orgulhando-se, hoje, a humanidade, dos seus textos de excelência.
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