O governador Jaques Wagner "apanhou mais do que mala velha" como se diz no popular durante o tempo em que durou a sessão na Assembleia Legislativa diante de sua proposta de aumento linear para os servidores, em 2.5%. E o que se viu na Casa Legislativa foi a fragilidade da base governista no momento de defesa do governo, praticamente só dois deputados petistas, o líder do PT, Rosemberg Pinto; e o líder da Maioria, Zé Neto, cumprindo essa missão.
A oposição "deitou e rolou" com a participação de dezenas de servidores que lotaram as galerias da Casa, irritaram o presidente Marcelo Nilo chamando alguns deputados da base de "viados" e promovendo vaias e dizendo palavras de ordem, incluindo o tradicional refrão "você pagou com tradição a quem sempre lhe deu a mão".
Para o líder da oposição, deputado Elmar Nascimento, PR, o reajuste proposto pelo governador não acompanha sequer o índice da inflação e foi classificado como "vergonhoso". Segundo Elmar, o PT gosta de arguir que em tempos pretéritos não havia diálogo e os reajustes também foram baixos. "Acontece que o PT não foi eleito para fazer do mesmo jeito. Sua proposta era de mudanças e povo confiou nisso. Mas, o que se vê é uma mudança para pior".
Na defesa do governo, o líder do PT, Rosemberg Pinto fez uma longa viagem até chegar ao assunto do reajuste, falou do abate de carne na região de Itapetinga e das comemorações dos 50 anos do Sindiquimica e disparou: "Quem tem telhado de vidro não pode jogar pedras no teto dos outros". Confidenciou que a sessão iria cair porque Zé Neto havia combinado um encontro de Wagner com os sindicalistas.
CAXIROLA – Na opinião do deputado Luciano Simões (PMDB), o governador Wagner "está na contra-mão da história e do que diz seus auxiliares. Esteve aqui na Assembleia o secretário da Fazenda, recentemente, e disse que o estado estava com grande superaviti, e agora vem com um reajuste de 2.5%, o menor do país".
Ainda segundo Luciano, um servidor do estado que ganha R$1.000,00 se o reajuste for aprovado vai passar a ganhar R$1.025,00 o que não "dá pra comprar nem uma caxirola para a Copa das Confederações que custa R$30,00 a unidade". De acordo com contas feitas por Luciano, um servidor que ganha o salário mínimo terá reajuste R$12,00 que "só dá pra comprar o pão familiar por um ou dois dias".
Por: Tasso Franco