Impactos de grande repercussão, em decorrência da Federação entre PP e União Brasil podem movimentar o tabuleiro político no estado
A decisão da Executiva Nacional do Progressistas (PP) de dar andamento às tratativas para a formação de uma federação com o União Brasil gerou uma reviravolta no cenário político da Bahia. O governador Jerônimo Rodrigues (PT), que mantinha diálogo com o PP para atrair o partido à base governista, suspendeu as negociações diante do avanço das tratativas em Brasília. Esse movimento gerou insatisfação entre os deputados estaduais da legenda, que agora estudam uma saída coletiva para outro partido mais alinhado ao governo baiano.
O Fim das Negociações com o Governo
Apesar de negar que finalizou as negociações com o PP, pelo menos até o fim de semana passado, o governador Jerônimo Rodrigues estava disposto a conceder espaço ao PP em seu governo, incluindo a Secretaria de Planejamento e a direção-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Entre os nomes cotados para assumir esses postos estavam a ex-prefeita de Dias D’Ávila, Andréia Xavier, e Gilvan Lima, ligado ao deputado federal Mário Negromonte Júnior. No entanto, com o avanço da federação entre PP e União Brasil, que tem como principal líder na Bahia o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, Jerônimo certamente perdeu o interesse em aprofundar as tratativas. A federação, se concretizada, consolidará o PP na oposição estadual, inviabilizando uma colaboração institucional com o governo petista baiano.
Debandada no PP Baiano?
Na Assembleia Legislativa da Bahia, os seis deputados estaduais do PP, que hoje atuam como aliados informais do governo, manifestaram descontentamento com a iminente federação. A tendência é que busquem uma nova legenda para manter a proximidade com a gestão estadual.
Um dos deputados, sob anonimato, afirmou que “se a federação se confirmar sob liderança do União Brasil, não há razão para permanecer no PP”. Outro parlamentar destacou que “se houver federação com ACM Neto, não fica nenhum estadual e praticamente nenhum prefeito”. A estratégia estudada seria a migração coletiva dos deputados e prefeitos governistas para um novo partido aliado ao PT, de forma similar ao movimento realizado anteriormente para fortalecer o Avante na Bahia.
Cacá Leão Ganha Força
Enquanto os aliados do PT no PP baiano enfrentam um dilema, Cacá Leão, presidente do partido em Salvador e membro da Executiva Nacional, se fortalece com a federação. Aliado de ACM Neto, ele defendeu a manutenção da aliança entre os dois partidos no estado, alinhando-se à estratégia nacional da sigla.
Já Mário Júnior, líder do PP baiano, vinha se opondo à federação, considerando improvável sua formação devido à resistência dos deputados federais. No entanto, a aprovação unânime da Executiva Nacional o deixou em posição desconfortável, podendo perder apoio entre seus correligionários na Bahia.
Cenário Incerto
A federação entre PP e União Brasil ainda precisa ser formalizada e pode enfrentar desafios internos. No entanto, o impacto imediato já é evidente: uma ruptura definitiva entre o PP e o governo estadual, e a possível saída de parte de seus integrantes para uma nova legenda. Enquanto isso, a indagação permanece: qual será o futuro dos deputados e prefeitos pepistas na Bahia? As próximas semanas prometem ser decisivas para definir o novo equilíbrio político do estado.