Caciques medem forças num verdadeiro “cabo de guerra”. Decisão deve sair nos primeiros dias de abril.
A disputa pelo comando dos Progressistas na Bahia está causando um novo tornado neste que é um dos principais partidos da Bahia. Dois grupos se digladiam e buscam apoio para suceder João Leão no comando da legenda. O deputado federal Mário Negromonte Júnior e o ex-deputado Ronaldo Carletto estão no páreo e preparam suas trincheiras para a batalha que se avizinha.
Neste mês de abril haverá a mudança, o secretário de Governo da Prefeitura de Salvador, Cacá Leão, deixou claro que espera a reciprocidade e o respeito que sempre foram marcas das gestões no PP. Contudo, uma disputa fratricida pode deixar como passivo fissuras difíceis de serem reparadas. No cenário nacional, ao que parece, o “time” de Carletto tem se aproximado do presidente da Câmara, Arthur Lira, que é tido como o primeiro-ministro do Brasil. O principal interlocutor é o deputado Cláudio Cajado. Embora tenha iniciado sua trajetória no re-reconfigurado PFL – depois Democrata e hoje União Brasil – o deputado federal tem trânsito livre com a turma de Lira e tem se entranhado no partido.
Por outro lado, ex-chefe da Casa Civil da gestão de Bolsonaro e presidente nacional licenciado dos Progressistas, Ciro Nogueira, tem relação umbilical e antiga com João Leão. A informação que corre nos bastidores é que ex-vice-governador está pendendo a Negromonte. O que pode ajudar bastante na bola dividida. Outrossim, a relação entre Leão e o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Mário Negromonte (pai) é de conhecida afinidade e coaduna com o provável apoio ao filho.
No meio do caminho entre os dois grupos estão os seis deputados estaduais que compõem a bancada dos Progressistas na Assembleia Legislativa da Bahia, entre novos e antigos membros do partido, há uma divisão civilizada. Nada de ferro e fogo, a princípio, mas todos estão acompanhando para saber quais serão os espólios da guerra.
Aliás, como “gatos escaldados”, os deputados estaduais estão pragmáticos. Foram do céu ao inferno em pouquíssimo tempo após o salto “duplo carpado” dado pela direção estadual na véspera das últimas eleições. Sabem eles que estas mudanças repentinas de rumo não somam, ao contrário, subtraem e custam caro, muito caro. O clima beligerante se torna ainda mais inflamável quando adicionados ingredientes como a incipiente federação com o UB, as eleições municipais e a participação nos governos Lula, Jerônimo e Bruno Reis. Como diz um dos quadros do partido: quem tiver a unha maior vai subir a parede.