Passado o período das disputas, os memoráveis embates que marcaram as eleições municipais, todos conhecendo os vencedores, inicia-se um período de transição, momento em que se descortinam os imensos desafios que aguardam os futuros prefeitos, que foram eleitos em 2 de outubro e começarão a administrar seus respectivos municípios em janeiro de 2017. Alguns estão na pauta de urgências do eleitorado, que aposta em mudanças.
No topo da lista de reivindicações em quase todos os cantos do Vale do Paramirim e Chapada, está a melhoria significativa nos serviços de saúde, área que foi eleita como prioridade pela maioria dos candidatos, que em campanha, apresentaram propostas e ideias para uma transformação na qualidade do atendimento, ampliação da oferta de internações, procedimentos de média e alta complexidade, mais médicos, aquisição de equipamentos, enfim, essa sem dúvidas será a primeira grande preocupação de moradores e gestores.
Cuidar das pessoas, através de ações constantes e eficazes, os gestores terão pela frente o desafio de melhorar a vida das famílias nesse momento de crise, quando um número cada vez maior necessita do amparo do poder público municipal. A área social, receberá grandes cobranças por parte dos mais humildes, que por sinal, são maioria nas cidades da nossa região.
Também serão consideráveis as demandas pelas obras de infraestrutura urbana. Pavimentação e recuperação das vias em bairros e em especial no meio rural, cujos moradores anseiam por intervenções periódicas, a presença constante da prefeitura nos povoados, a atenção aos problemas das famílias inseridas na área rural, lideram as queixas dos contribuintes.
A crise financeira, o conseqüente recuo dos repasses, dificuldades na aquisição de convênios junto aos governos estadual e federal, preocupam e muito os novos gestores eleitos, um tempo de desafios está anunciado, onde a criatividade, muita dedicação e esforços diários, serão decisivos para atender às cobranças das comunidades. Os novos chefes do executivo não só terão que recuperar e melhorar a capacidade de investimento das Prefeituras, como renovar as esperanças e promover a retomada da força de trabalho do poder público.
EMPREGO – Outro desafio que estará no caminho dos eleitos em outubro, é o de enfrentar os efeitos devastadores que a crise econômica nacional provocou no mercado de trabalho, quando reduziram-se as vagas de emprego em todos os segmentos da cadeia econômica.
Atrair novos empreendimentos será essencial para gerar emprego e renda. Essa é a única maneira de cumprir com as promessas de criação de campos de trabalho e segurar a população em idade economicamente ativa no município, uma vez que, as vagas porventura existentes nos casos de mudança de governo, não representam 10% da demanda dos que sonham com uma colocação nas novas gestões.
Os futuros prefeitos terão pela frente também o compromisso de acompanhar o andamento de obras importantes, investimentos que já se encontram em fase de conclusão, além de buscarem meios para implantarem as obras dos seus projetos de governo, uma vez que a população votou nos candidatos, confiante em tais propostas.
Também será decisivo para novos prefeitos, possuir uma visão ampliada do funcionamento pleno de uma gestão municipal, ter iniciativas, ir buscar apoios, estabelecer os canais de parcerias com instituições e a iniciativa privada, terão que convencer investidores, o que exigirá capacidade de diálogo, influência, prestígio e poder de negociação, a fim de carrear recursos de fora para o município. A população cada vez mais exigente, espera por políticas públicas de resultados.
Administrar somente com os recursos de repasses constitucionais, destinar percentuais previstos em lei não basta para garantir a qualidade de setores prioritários, como a saúde, educação, limpeza urbana, saneamento, pavimentação, modernização da frota e promoção social. Tudo sem falar na folha de pessoal, a maior dor de cabeça de prefeitos que convivem com diminuição de recursos e a elevação anual de salários e benefícios.
Os eleitos em outubro terão que apresentar políticas públicas que garantam qualidade aos serviços conforme citado aqui, deverá ser um dos focos de atuação de governos, afinal, projetos grandiosos na área de saúde, à exemplo das Unidade de Tratamento Intensivo – (UTI), equipar hospitais e centros de atendimento, avanços prometidos em palanque, hoje se tornam dívidas que serão cobradas a todo tempo.
O desejo do contribuinte é que, apesar das dificuldades que se desenham no cenário para os próximos anos, os prefeitos eleitos consigam superar com habilidade, humildade e muito trabalho tais obstáculos, para que nossa região siga avançando, ofertando dignidade e melhor qualidade de vida às famílias, especialmente os mais carentes.
Samuel Rodrigues – Jornalista – MTE/DRT-BA Nº 5232