Após decisões que culminaram com enfraquecimento da sua liderança, ex-vice governador já admite a possibilidade de deixar presidência da legenda em abril.

O PP da Bahia deve mudar de comando após a derrota de ACM Neto (União Brasil) na eleição de 2022. O deputado federal eleito João Leão (PP), que comanda a agremiação desde 2014, já admite o enfraquecimento da sua lideranças e acena para a possibilidade de deixar o comando estadual da legenda em abril, quando o partido se reúne para definir a composição do diretório.

“Acho sim que tudo tem um tempo de duração, minha contribuição continua, mas, podemos fazer uma renovação no partido, para que outras pessoas assumam essa função de liderança. Tenho defendido que haja um rodízio anual na presidência. Isso será bom. Vamos tratar disso e tomaremos sempre posições de forma conjunta”, disse.

Disputam o comando da legenda Mário Negromonte Júnior e Ronaldo Carletto. Na mesma entrevista, Leão elogiou os dois nomes e também lançou ao cargo o prefeito de Jequié e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá. “Seja qual for o escolhido, tenho certeza que haverá consenso”, frisou.

Mário Negromonte Júnior tem como vantagem o fato de possuir um bom trânsito entre as duas alas do partido, a que defende a reaproximação com o PT nacionalmente e localmente, que é maioria entre os políticos de mandato, e a que almeja dar continuidade à aliança recente com o grupo do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).

Carletto, por sua vez, ficará sem mandato a partir de fevereiro – ele foi suplente do deputado federal Cacá Leão na disputa pelo Senado na chapa de ACM Neto e não concorreu à reeleição, apoiando o sobrinho Neto Carletto (PP), eleito para a Câmara Federal. Ele também tem boa relação com o senador Jaques Wagner e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que é visto como positivo principalmente pelos pepistas favoráveis à retomada da união com o PT.