Apesar de todo acirramento prometido para essa semana final, é necessário que tenhamos paz interior para a reflexão sobre qual país desejamos e o que é melhor para o nosso estado.
Já vimos de quase tudo em dezenas de pleitos eleitorais, quando inevitavelmente os ânimos se alteram, as discussões se tornam mais frequentes, período em que se vive o calor das disputas, normalmente as eleições municipais eram as que mais ofereciam este cenário. No entanto, nunca presenciamos tantos ataques, desrespeito às leis, igrejas deixando de lado a parte espiritual, para dar lugar a rancores, ódio, divisões, como vem ocorrendo nesta eleição de 2022. A mentira tomou conta não somente das redes sociais, como também da cabeça das pessoas que, mesmo presenciando verdadeiras aberrações, ignoram os valores para defenderem as ideias do seu candidato preferido. Hoje questionamos se a estupidez inserida nos incautos com a velocidade das redes, não será um caminho sem volta em tempos tão insanos. Se Jesus Cristo voltasse hoje, ele certamente não reconheceria muitas igrejas como sua morada.
O ato de cidadania deve ser exercido de forma pacífica, após muita reflexão e consciência de que esse direito ao voto, é a principal arma para que seja mantida a democracia. Em hipótese alguma, pode o eleitor-cidadão assumir a condição de sujeito meramente coadjuvante no processo eleitoral, pois sua atuação, longe de ser um simples dever, representa o importante direito de participação ativa e direta na formação de um governo legítimo e democrático, fazendo valer, com precisão e perspicácia, a tão propalada norma constitucional segundo a qual todo poder emana do povo. A par disso, quando se pensa no processo eleitoral, embora logo venha à cabeça a figura dos candidatos, partidos e coligações como sujeitos de uma trama que é ordinariamente vigiada por eles próprios e por órgãos estatais (Poder Judiciário, Ministério Público e polícia), não se pode esquecer de que todo esse espetáculo se dirige especialmente ao mais importante dos sujeitos, o eleitor-cidadão.
Não há dúvida de que o voto é a melhor arma de que dispõe o eleitor, porém este não pode descartar outros artifícios que, no curso do processo eleitoral, podem garantir, de forma mais eficaz, a higidez e a legitimidade da disputa, especialmente porque não seria razoável aguardar até o dia da votação para tomar alguma providência contra aqueles que macularam o pleito. Tanto na Bahia, quando escolheremos o nosso futuro governador, como também para presidência da República, devemos votar e atuar de forma pacífica, no entanto determinada, colaborando para que tenhamos um pleito limpo e que a vontade da maioria seja refletida nas urnas, bem como, respeitada por todos.
A ajuda do eleitor-cidadão, sem dúvida, representa um grande reforço na luta contra os candidatos mal-intencionados que, sem o intuito de agir em prol da coletividade, buscam alcançar um cargo eletivo apenas para satisfazer seus interesses pessoais. Nesse contexto, o afinco de cada eleitor-cidadão na fiscalização das eleições tem uma importância incalculável para o futuro seu e de toda a sociedade. Essa compreensão deve estar presente no pensamento de todos aqueles que desejam ter uma vida melhor, tornando possível o alcance de um importante degrau na escala de evolução do processo democrático do nosso país.