Após assembleia realizada na noite de ontem, no ginásio do Sindicato dos Bancários, na Avenida Sete de Setembro, bancários da Bahia decidiram acabar com a greve. A categoria acatou o acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que incluiu aumento de 8,5% (aumento real de 2,02%) e piso de 9%, o que representa aumento real de 2,5%. Somente a Caixa Econômica e BNB decidiram permanecer com a paralisação. Hoje, uma nova assembleia será realizada.
Ao todo, 10.355 agências e centros administrativos nos 26 Estados e no Distrito Federal aderiram ao movimento grevista na semana passada, deste número, 820 agências bancárias estavam fechadas na Bahia. A greve dos bancários começou no último dia 30 de setembro e fechou agências em todos os estados mais o DF. A paralisação foi iniciada apenas em agências bancárias, mantendo o funcionamento de caixas eletrônicos, serviços de teleatendimento e centros administrativos.
Segundo comunicado divulgado pela Contraf, o reajuste oferecido na nona rodada de negociações subiu de 7,35% para 8,5%, o que significa um aumento real de 2,02%. O aumento para o piso da categoria passou de 8% para 9%, além de um reajuste de 12,2% no vale- refeição. A Fenaban propõe a compensação dos dias parados durante a greve, na forma de uma hora por dia no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para quem trabalha seis horas, e uma hora por dia no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas.
Aposentados, pensionistas, taxistas e comerciantes são apontados como os mais prejudicados pela greve dos bancários, que já dura sete dias. Filas grandes nas casas lotéricas, contas atrasadas e pagamentos não efetuados e recebidos são os problemas mais recorrentes, enfrentados pelos correntistas.
A aposentada Josefa Fausta Pereira, 81 anos, é apenas uma entre os milhares de brasileiros prejudicados com a paralisação da categoria. Acompanhada pela neta, Claudia Pereira, 30, ela se deslocou até um caixa eletrônico para sacar o benefício, mas não obteve êxito. “Ela tem muita dificuldade para se locomover. Pegamos táxi para chegarmos a um caixa eletrônico mais próximo, mas não conseguimos sacar a aposentadoria dela, pois o cartão magnético apresentou um defeito que só pode ser corrigido na própria agência”, lamentou.
O comerciante Albérico Mendes da Silva, proprietário de uma loja de utensílios domésticos, no bairro do Engenho Velho de Brotas, disse que o comércio tem sido prejudicado de forma intensa. “Perdi vendas e ainda não pude repor algumas mercadorias, por falta de dinheiro. Espero, realmente, que essa greve termine logo para voltarmos às nossas atividades”, disse.