Ministro afirmou que depende apenas da finalização do sistema operacional. Sucesso da ideia já anima credores que querem ampliar faixa de refinanciamento. “Quanto maior o desconto, maior a certeza de receber contas atrasadas”, diz Haddad
Diante de uma grande estagnação da economia brasileira após o carnaval, grande parte atribuída ao endividamento de quase 70% das famílias brasileiras, é cada dia mais crescente a expectativa de sucesso do Desenrola Brasil, programa do governo federal, idealizado para refinanciamento de dívidas de pessoas físicas. Inicialmente tido como eleitoreira, a ideia ganha força e recebe mais adesão de empresas que veem nessa medida a real possibilidade de recuperar dívidas, que terão inclusive como avalista das negociações o fundo do governo federal. O Ministro Haddad disse nesta segunda-feira (13), que depende apenas da finalização de seu sistema operacional para ser lançado. Segundo Fernando Haddad, “a expectativa é de que o alcance desse programa seja ainda maior do que o planejado inicialmente, de forma a criar “uma dinâmica de curto prazo interessante para a economia”.
A ideia, de acordo com Haddad, é incluir no sistema operacional toda a dívida que puder ser renegociada. O fundo garantidor do Desenrola tem previsão inicial de renegociar até R$ 50 bilhões em dívidas, de 37 milhões de pessoas físicas. “Mas, além disso, estamos liberando esse valor, esse crédito tributário, porque os credores têm interesse de expandir o Desenrola Brasil para além das faixas subsidiárias”, disse o ministro durante o evento E Agora Brasil, em Brasília. Segundo Haddad, o governo tem percebido um “interesse muito grande também daqueles que têm créditos contra pessoas com faixa de renda mais elevada, que estão dispostos a renegociar”.
O estoque de dívidas com potencial de ser quitadas abrange 72 milhões de CPFs o que representam um total de R$ 430 bilhões em dívidas protestadas em órgãos de controle de crédito. “O alcance do programa pode ser muito grande. Não temos precedentes disso. Nunca houve um programa como esse. Então nós estamos tentando caprichar ao máximo porque, se ele for bem-sucedido, poderá criar uma dinâmica de curto prazo interessante para economia. Existem muitas famílias que até com o complemento do Bolsa Família, vão conseguir limpar o nome”, complementou. “Imagina a quantidade de empresas que têm crédito; financeiras; bancos; concessionários; e serviço público. Todos esses players vão poder entrar no Desenrola”, acrescentou.
Ainda segundo Haddad, acompanhado do novo Bolsa Família, da nova tabela do Imposto de Renda e do novo salário-mínimo, o Desenrola compõe “um conjunto de medidas bastante razoável que vai permitir a volta ao mercado [consumidor] dessas famílias. O governo quer entrar de cabeça nessas negociações e devolver ao pai de família, a mãe de família o crédito, o nome limpo, para que possam erguer a cabeça e tocarem suas vidas, colocarem novas ideias em prática e contribuírem para o crescimento da economia”. Finalizou.
