Expectativa é de que com o canal, novos bairros e a comunidade de Noruega em Paramirim, também sejam contemplados.

Moradores de Paramirim se mostram mais uma vez apreensivos, com uma grande intervenção promovida pela Embasa, que contratou uma empreiteira (Ambiente Engenharia), para atravessar a cidade, implantando uma tubulação de grande porte, abrindo valas no trajeto, para a instalação de tubos sob a pavimentação. As obras que se iniciaram no bairro São Vicente (Vila Nova), se estenderão por cerca de cinco quilômetros, atravessando o Balneário do Rio Paramirim, seguindo pela via de acesso até o Bairro Alto do Cruzeiro, dali continua pela Baixa da Roseira, até alcançar a estação de tratamento (reservatório), as margens da Avenida Macaúbas, onde será duplicada e interligada na adutora que leva água para Tanque Novo, partindo pelo antigo matadouro municipal.

Nossa redação recebeu diversas mensagens, com pedidos de esclarecimentos sobre os reais objetivos desta obra, os moradores se mostram preocupados com a situação das ruas, que estão sofrendo intervenções, levantam dúvidas sobre a necessidade da nova tubulação, que atravessa praticamente toda a cidade. Entre as queixas, há o receio de que ao final, o trafego de veículos e pedestres fique prejudicado, caso os reparos não sejam executados com perfeição. O temor da população se justifica em face do exemplo deixado há alguns anos pela empreiteira Lucaia, que destruiu 80% da pavimentação local, deixando para trás uma série de crateras e defeitos no pavimento, além da obra de esgotamento inacabada. Nossas fontes informam que, sobre o esgotamento sanitário, graças a solicitações da atual gestão, dentro em breve, as obras serão retomadas e finalizadas, já existindo inclusive recursos alocados para tal fim.

Buscando informações oficiais sobre a adutora em execução, os moradores questionam inclusive a forma de utilização da água da Barragem Zabumbão em Tanque Novo, município que segundo eles, apesar de constar como parte da bacia do Paramirim, não possui ligações administrativas, nem interesses comuns com os ribeirinhos. Historicamente, Tanque Novo sempre manteve como referência comercial e financeira a região de Guanambi,  mesmo assim, o município espalhou ramificações de forma desordenada pelo seu interior, inviabilizando o potencial da atual oferta hídrica. Há inclusive relatos, de que essa água já chega nas divisas com Igaporã. Além disso, nossa reportagem testemunhou em diversas oportunidades o desperdício do precioso líquido do Zabumbão especialmente pelos grandes proprietários e suas frotas de carretas, que alheios à situação, fazem piadas com a preocupação da região. Fato é que, a Embasa, considerando insuficiente o volume destinado a Tanque Novo, vai aumentar a tubulação e oferta.

A reportagem do Jornal O Eco entrou em contato com o Gerente regional da Embasa em Paramirim, Sr. Roberto Oliveira A. Júnior, apresentando todos os questionamentos aqui elencados. O representante esclareceu que, essa foi uma determinação da empresa de águas, sendo ele apenas responsável pela parte operacional. Roberto assegurou que a obra segue todos os trâmites legais, possuindo a empresa executora (que venceu a licitação), autorização (alvará) para a empreitada, afirmando que, todo o trecho que sofre intervenção, será imediatamente recomposto dentro dos padrões de qualidade, buscando minimizar ao máximo os transtornos. “Essa nova adutora auxiliar, nos dará condição inclusive de ofertar água para a Comunidade de Noruega, que há décadas necessita e ainda não havia condições técnicas para isso. Ao finalizar esse canal, teremos também como ampliar o abastecimento a todas as residências dos novos bairros que se localizam após feira-livre, até a região da Jureminha”. Anunciou o gerente.

Tentamos contato com o engenheiro responsável pela empreiteira que executa a obra pelas ruas de Paramirim, mas, até o fechamento desta matéria, não obtivemos êxito. Nossa reportagem conversou com a Secretária Municipal de Infraestrutura Adeilza Matos, que muito gentilmente esclareceu que esta obra de reforço da tubulação da Embasa, foi uma solicitação oficial, autorizada pelo prefeito Gilberto Brito, sob a condição de que tais interferências nas vias sejam de imediato recuperadas, exigência que será fiscalizada de perto, para que as ruas permaneçam no mesmo padrão anterior. Adeilza disse ainda que a permissão se dá, mediante a justificativa da Embasa, de que é inadiável a ampliação da captação, para que novos bairros e comunidades rurais possam ser beneficiados com o abastecimento de água.

Indagada sobre as obras do esgotamento sanitário, a Secretária confirmou que é prioridade da gestão finalizar esse sistema que esteve abandonado por anos. “A gestão já assegurou recursos, para que a população possa ter mais conforto e dignidade, restaurando o projeto inacabado, estendendo para outros bairros e dando funcionalidade ao tratamento de resíduos, que é o objetivo maior da nossa comunidade.” Segundo se apurou, serão investidos cerca de R$ 8 milhões de reais para que sejam concretizados os trabalhos de captação e tratamento do esgoto doméstico de Paramirim, dando fim a um tormento, que já havia consumido mais de R$ 12 milhões e se encontrava estagnado.