Um fato novo em evidência nestes dias para os prefeitos e presidentes de Câmaras de Vereadores é a exigência da Lei da Transparência. Aprovada há quatro anos pelo Congresso, a Lei Complementar 131 determina a publicação, em meio eletrônico de acesso público, das informações sobre a execução orçamentária e financeira dos entes federados. Muitos municípios, no entanto, sequer têm portal na internet. Estão os gestores providenciando em regime de urgencia tais portais, porém, existem controvérsias que poderão causar efeitos totalmente contrários ao que se exige.
É importante que os prefeitos se atentem à Lei da Transparência, que exige a publicação no portal oficial, apenas das "Contas, balancetes, atos e principalmente a execução orçamentária e financeira", assim como também a Lei de Responsabilidade Fiscal, exige que tais atos oficiais sejam publicados na imprensa independente, cuja credibilidade e alcance são inquestionáveis.
O que estamos presenciando, é um tremendo equívoco, onde "profissionais" estão sendo contratados para a concepção de portais oficiais através da internet, nos quais, floreiam tais sites como um jardim de rosas, recheados de auto-promoção de Secretários, funcionários e até dos Prefeitos e Presidentes das Câmaras. Isso é grave e muito perigoso! uma vez que portais oficiais para prestação de contas e informações orçamentárias e financeiras, apenas devem expor de forma clara o que se pede. Caso contrário, tais portais servirão de provas contra o gestor, que responderá por propaganda irregular, auto-promoção e estará sujeito a multas e penalidades ainda mais graves, dependendo do "floriado" praticado pelos seus "Assessores de Comunicação".
Claro que não é proibido ao gestor seja do executivo ou legislativo, divulgar de forma ampla e constante as suas ações, obras, realizações em todas as áreas do seu governo, prova disso, são os milhões gastos por Lula e Dilma em publicidade. O que se deve atentar é para que se evite a verdadeira salada praticada por assessores nos portais oficiais, no intuito de mostrar serviço e até de ajudar, mas, podem estar cavando um buraco para o seu chefe.
Outro fator considerado relevante, é acreditar que com um portal oficial, irá elevar a imagem de uma gestão, isso é ilusão. Em muitos casos o efeito é contrário. As próprias estatísticas comprovam através de comparações de acesso e credibilidade, que tais portais, apesar de serem exigidos e importantes, não despertam o interesse do público, muito menos convence a parcela da sociedade que tem acesso aos meios eletrônicos de informação.
Gestores inteligentes seguem o que determina as Leis, faz publicar nos portais oficiais o que é obrigatório, de forma limpa e transparente, sem rodeios, muito menos com "floriados". Além disso, estas ações devem também ser repassadas para a imprensa regional, para que não restem dúvidas quanto a lisura na aplicação correta dos recursos. Quanto a postura do político como administrador, é criticada quando necessário e de mesmo modo elogiada quando for o caso, pela imprensa independente, que, de fora, avalia e comenta erros e acertos, colaborando para que a administração melhore. Afinal, o jornalismo independente é que está diretamente com o povo, observa as ações dos governantes com os olhos da população. Todos sabemos que o auto-elogio no meio político não é uma boa estratégia.