Uma análise detalhada da pesquisa, mostra pouca novidade, com oscilação positiva de Lula em 2%, frustrando todas as expectativas do bolsonarismo que agora promete apelar para a intimidação no dia do voto.
Estamos há 09 dias do pleito eleitoral e apenas 07 dias permitidos para a propaganda. Até aqui, não se pode dizer que Bolsonaro não tentou alavancar votos, diminuir a própria rejeição e aumentar a de Lula, cada vez mais favorito para subir a rampa do Alvorada em 1° de janeiro de 2023. Seja pegando pesado nas falas para galvanizar o antipetismo, solapando o equilíbrio fiscal ou infringindo escancaradamente regras eleitorais, esforço não faltou. O Datafolha divulgado nesta quinta-feira, entretanto, indica que essas tentativas fracassaram.
O resultado da pesquisa divulgado nesta quinta-feira – a maior até agora, com 6.754 entrevistados, 828 a mais em relação à anterior – novamente posiciona Lula na liderança, com 47%, contra 33% de Bolsonaro. Na consulta realizada semana passada pelo instituto, o petista aparecia com 45% das intenções, contra os mesmos 33% do atual presidente da República. A diferença agora é de 14 pontos, o que indica uma segunda etapa confortável ou até mesmo a vitória do ex-presidente no primeiro turno – probabilidade ainda incerta, a depender das abstenções e das migrações de votos de Ciro e Simone.
A cada dia mais dependente de fatos imprevisíveis para mudar o cenário, resta entender o porquê de as ditas balas de prata de Bolsonaro terem falhado. Talvez o fracasso que mais surpreenda seja o da miríade de benefícios econômicos, para além da PEC Kamikaze em si, como o Auxílio Brasil de R$ 600 e malabarismos que resultaram na queda do preço dos combustíveis e da tarifa elétrica.