Análise das articulações e posturas políticas de potenciais nomes no início do ano eleitoral, refletem tentativas equivocadas na reconstrução de uma imagem desgastada, ascensão de novas lideranças e um peixe fora d’água se debatendo por uma liderança que nunca existiu.
Com o início do ano eleitoral, afunilam-se as possibilidades de candidaturas, especialmente para quem deseja pleitear a cabeça de chapa como pré-candidato a prefeito na sucessão de Gilberto Brito (PSB), gestor já reeleito que entra no seu último ano do 2º mandato. No grupo da situação, aparentemente já está sacramentado o nome do advogado, atual vice-prefeito, Dr. João Ricardo Brasil Matos (AVANTE), como pré-candidato a prefeito. Para analistas políticos, João vai se firmando com diálogo e capacidade de transitar bem entre as lideranças. Ele está conseguindo reunir a maioria absoluta dos nomes de peso, formadores de opinião e membros do forte grupo de Beto, que por sua vez, mantém entrosamento impressionante nas horas decisivas, tendo inclusive, recebido diversas adesões de gente importante que afirma estrem fechadas com o projeto de continuidade, baseado na moralidade e respeito implantado.
A pendência da situação que ganha dimensão e precisa ser solucionada, é a indicação do nome para compor como pré-candidato a vice-prefeito. Informações de fontes idôneas dão conta de que das diversas figuras políticas que pleiteavam legitimamente o cargo, restam pelo menos cinco que ainda almejam serem escolhidos. Há quem afirme que um está hoje praticamente sem chances. Trata-se de um ex-vereador, que no conceito da população, não agrega nada relevante ao grupo, uma vez que foi parlamentar municipal sem grandes feitos e há tempos desistiu de disputar à Câmara por receio de não se reeleger. Outro fator que pesa em desfavor desse cidadão, é figurar entre os grandes beneficiários da prefeitura com contratos de empresas e parentes empregados. Há relatos que a “pressão” exercida por ele e “gente próxima”, políticos em decadência que torcem pela sua indicação, não surte efeito com o prefeito Beto, muito menos impacta em lideranças que podem inclusive abandonar o apoio ao grupo se for ele o nome indicado.
Há ainda um filho da terra, que hoje exerce importante função na CODEVASF e tem colaborado de forma importante com a gestão. Tendo um histórico de trabalho prestado ao município, desde quando foi Secretário de Obras e Infraestrutura em tempos passados. No entanto, não possui experiência e pouca habilidade política junto à população, para que seja homologado como pré-candidato para o cargo pretendido. Existem ainda em ascensão, os nomes de dois médicos, um jovem filho da terra que também não possui experiência política, nem pertence ao grupo liderado por Beto, no entanto, é muito carismático, e a depender das situações que se desenharem, pode desfalcar a oposição. O outro, apesar de não ser filho de Paramirim, atua há anos, praticando atendimentos humanizados e construindo laços importantes de empatia com a população, o que lhe rendeu reconhecimento, acolhimento do povo e a indicação para diretor do Hospital Aurélio Rocha.
Por último e não menos importante, surge o nome de um ex-prefeito, aliado de primeira hora e homem de confiança do grupo da situação, homem que reúne experiência administrativa, conhece e se relaciona bem com as lideranças, no entanto, há algum tempo afastado da política, pode enfrentar resistência familiar e de algumas lideranças mais jovens. Acredita-se que tudo isso se aprofunde e possa ser resolvido no sentido de uma decisão favorável, especialmente se levado em conta o imenso respeito que goza junto ao prefeito. É verdade que existem nomes de outros jovens líderes, filhos da terra que além de carismáticos, possuem ideias inovadoras, excelente relacionamento com o público e forte atuação nas redes sociais e veículos de imprensa. Estes também foram bem cotados, no entanto, diante de resistências e os velhos costumes de oligarquias dominantes e seus adeptos, aparentemente desistiram do pleito por optarem nesse momento, por priorizarem as atividades profissionais.
Já pela oposição, apresentam-se como pré-candidatos a prefeito, nomes conhecidos por já terem disputado eleições municipais passadas. Um que mesmo depois de algumas tentativas, não conseguiu se eleger prefeito. No entanto, obteve por representar naquele momento a oposição, o reconhecimento de boa parte da população. Este tem sido privilegiado por longos anos na gestão de Gilberto Brito. Não satisfeito, sem projetos para a cidade, apenas o orgulho se realizar sonho pessoal, recentemente se rebelou, e, segundo informações, se antecipou a uma decisão do grupo que pertencia e decidiu gravar vídeos desmoralizadores, proferindo diversas agressões e ataques pessoais ao gestor. O resultado, foi o seu afastamento. Desembarcou irado por não ter sido o escolhido do grupo para candidato a prefeito.
A decisão, como era esperada foi do prefeito Beto, que não levou desaforo para casa e o demitiu sumariamente o médico da diretoria do Hospital Municipal. Depois desses episódios, em uma frustada tentativa de reação, à punição, o ex-diretor, que no ano passado (2023), não atingiu dois dígitos nas pesquisas, disparou setas inflamadas nas redes sociais, tecendo comentários para depreciar o atendimento de saúde. Mesmo virando motivo de chacota, insiste em algo que indigna ainda mais a maioria da população: “se ficou todo esse tempo na direção do Hospital Municipal, recebendo mais de R$ 50 mil por mês e nada criticava, tudo estava correto, seria o seu projeto pessoal de poder, o motivo de tanta ira e críticas à gestão e a saúde nos dias atuais? Ou estaria se aliando à oposição em ato de desespero?
O outro nome da oposição, que já foi prefeito por diversos anos, tendo inegavelmente realizado benfeitorias no município, especialmente no início da sua carreira como gestor. No entanto, o tempo de poder, talvez o excesso de confiança e o título de “Rei de Paramirim”, causaram-lhe desgastes pelas sequências de equívocos cometidos. No seu último mandato, episódios como a visita da Polícia Federal, o fato de empoderar figuras impopulares e de conduta suspeita, aliado a episódios marcantes, como discursos em que afirmou de público que “já havia feito tudo que podia por Paramirim”, denotaram a falta de orientação e ausência de vontade política. Deixando a prefeitura sob o comando de subordinados com poderes elevados, sem falar na postura qualificada como no mínimo incondizente com a moral e os bons costumes de um homem público, reduziram em muito o seu patrimônio político, tendo perdido duas eleições, uma apoiando um candidato e a mais recentemente, sendo ele próprio o candidato. Ao que tudo indica, está tentando mesmo que forma equivocada, através de um Marketing engessado e limitado a conceitos pré-fabricado que não produzem identificação ou empatia com o público, luta para mudar de roupa em 2024, omitindo os graves pontos negativos que insiste em preservar, à exemplo das companhias e amigos “conhecidos”, vai tentar mais uma vez retornar ao poder.
Para especialistas, o que a opinião pública, lideranças e moradores demonstram, são indícios de que será muito mais complicada essa tentativa do ex-prefeito, que além de perder respaldo, perdeu sua base, diversas lideranças e reduziu o seu grupo político. Prova disso foi a fragorosa derrota que sofreu nas eleições estaduais de 2022, quando seus candidatos a deputado, obtiveram cerca de 1.500 votos a menos que os candidatos apoiados pela situação.